Para Émile Durkheim, sociólogo francês, o indivíduo consegue exercer seu papel na sociedade apenas quando tem conhecimento de "suas origens e as condições de que depende". Sob essa ótica, a preservação do patrimônio histórico e cultural brasileiro é vital para que ele entenda quem foram os responsáveis por estruturar seu corpo social e moldar suas características culturais. A construção da identidade nacional brasileira iniciou-se juntamente com sua história, e seus maores representantes são as aldeias indígenas e os quilombos – heranças coloniais. Porém, a vinda da Família Real, para o país, em 1808 fomentou a criação de espaços (como a Biblioteca Nacional) cujos acervos contém pinturas, mapas, livros e fósseis os quais puderam ser conservados para que todo esse conhecimento fosse transmitido a futuras gerações. No entanto, mesmo com a importância da conservação desses locais para a nação, em 2018 o Museu Nacional – um dos mais importantes do mundo, fundado em 1818 – foi destruído pelo fogo e causou perdas irreparáveis para a coleção. O fato ocorrido demonstra um grande descaso para com o passado nacional, uma vez que o prédio apresentava graves problemas estruturais há anos. Conforme consta no artigo 216 da Constituição Federal, "O Poder Público, com a colaboração da comunidade, promoverá e protegerá o patrimônio cultural brasileiro." Dessa forma, sendo a Magna Carta lei máxima de um país, tragédias como a supracitada representam um crime contra a pátria e a sua história, pois o agente governamental que deveria assistir pelos bens patrimoniais se ausentou de seus deveres. Portanto, a preservação de espaços que são patrimônio devem ser incentivadas, visto que o indivíduo precisa conhecer seu passado, de forma a compreender seu presente. Dessa forma, órgãos como o Ministério da Cultura, em consonância com as Uniões Federativas, deve fazer cumprir a lei, preservando e protegendo essas edificações, investindo em especialistas de infraestrutura, restauração e conservação, de forma a evitar tragédias como a ocorrida.