Enviada em: 26/07/2017

No Brasil, o transporte público, a exemplo de todo o sistema de transporte urbano, é de péssima qualidade. Desde a década de 1970 a população urbana cresce de forma contínua, todavia, os serviços prestados a ela, que deveriam melhorar, dificultam cada vez mais sua qualidade de vida. Nesse âmbito, faz-se necessário analisar as causas dessa problemática, bem como suas consequências para a sociedade como um todo.       É fundamental pontuar, de início, que a falta de planejamento das cidades e da atuação das prefeituras em relação aos transportes coletivos, são algumas das causas da questão. De acordo com o artigo 30 da Constituição Federal, é dever dos gestores municipais desenvolverem medidas para mitigar eventuais problemas do transporte público. Entretanto, nos últimos anos, além dos ínfimos investimentos em linhas de trens, metrôs e ônibus nas cidades, os passageiros sofrem com os abusos das tarifas cobradas por empresas de transporte e o capengo serviço prestado. Tal situação é responsável por motivar as ondas de manifestações e protestos todos os anos, sobretudo, nas grandes cidades, em que houve um aumento de mais de 30% no preço dos passes desde 2013 conforme registrado pelo Observatório das Cidades.    Outrossim, é importante pontuar, ainda, que a má qualidade dos transportes públicos acabam desencadeando outros problemas urbanos, ainda que implícitos à primeira vista. A questão da (i)mobilidade urbana, por exemplo, é uma amostra clara disso. Segundo Urbanistas e Geógrafos Urbanos, se houvesse um serviço público de transporte mais eficiente, as pessoas utilizariam menos os veículos individuais e, consequentemente, diminuiria engarrafamentos, violência no trânsito e acidentes envolvendo pedestres, conforme já atestado por diversos países, entre eles a Argentina. Desse modo, é preciso ações que possam garantir uma maior eficiência do transporte público e qualidade de vida à população.            Diante dos argumentos supracitados, o Governo Federal, em parceria com o Ministério de Transporte, devem ajudar as prefeituras na construção de mais linhas de trens, metrôs e ônibus, principalmente àquelas com maior número de habitantes, como São Paulo, Rio de Janeiro, entre outras. Em adição, as prefeituras, em parceria com as empresas de transportes de seu município, poderiam criar acordos com vistas na redução do valor das tarifas cobradas aos cidadãos brasileiros que fazem uso dos transportes coletivos, no intuito de melhorar, inclusive, a mobilidade urbana local, já que, assim, as pessoas passariam a priorizar o uso desse sistema. Quem sabe, assim, o problema do transporte público possa ser superado em prol de mais qualidade de vida a todos.