Enviada em: 25/08/2018

O papel da escola na formação do comportamento alimentar infantil   "Educai as crianças para que não seja necessário punir os homens", a frase do filósofo Pitágoras,sintetiza a importância da educação para a prevenção futura da humanidade. Nesse sentido, a educação alimentar no Brasil caracteriza-se por ser extremamente importante, dado o contexto de propagação nutricional irregular, protagonizada pela mídia televisiva do país. Assim, a participação da escola juntamente com o apoio familiar são as principais armas capazes de desfazer o entrave exposto.       Segundo Bela Gil, chef e nutricionista, "podemos mudar o mundo através da alimentação". Nessa perspectiva, a alimentação saudável e adequada, principalmente em idade de crescimento e maturação biológica, constitui fator funcional para o desenvolvimento humano. Diante deste fato, torna-se necessária a preocupação com a alimentação escolar, já que esta substitui uma refeição, e para algumas crianças ela é a principal alimentação diária. Além disso, consoante ao pensamento do filósofo Immanuel Kant, "o ser humano é aquilo que a educação faz dele". Logo, a fim de desfazer a cultura dos "fast-foods" e de outros alimentos industrializados, o ensino é a arma mais eficaz, visto que é na infância que se fixam atitudes e práticas alimentares que poderão persistir por toda idade adulta.      Ademais, sabe-se que o convívio na sociedade e na família, bem como os padrões e as experiências relacionadas com a dieta, são fatores que influenciam na escolha alimentar dos pequenos. É difícil fazer uma criança gostar de frutas e verduras, se em casa estes alimentos são escassos e até mesmo não são consumidos. Além do mais, para a pediatra e psicanalista da USP Marisol Montero, a influência paterna e materna no comportamento do filho pode se dar de diversas maneiras. Nesse viés, os hábitos nutricionais da família influenciam consideravelmente na dieta alimentar dos filhos. Logo, é imprescindível que estes hábitos sejam revistos, em busca de desfazer os paradigmas impostos.      Diante do exposto, fica claro que tanto a escola quanto a família devem influenciar positivamente as crianças, a fim de que elas desenvolvam um comportamento nutricional adequado. Primordialmente, o Ministério da Educação deve implantar conteúdos de educação nutricional nas salas de aula dos próprios colégios, proporcionando conhecimentos que promovam a readequação do comportamento alimentar infantil. Isso deve ser feito por meio de demonstrações práticas aos alunos, comtemplando conteúdos interdisciplinares nas artes, educação física, história e ciências. Ademais, cabe à família  reservar horários para a alimentação (longe da televisão) sentando à mesa com seus filhos, além de incluir sobremesas criativas e bonitas nas lancheiras escolares, dando preferência aos alimentos levados de casa, a fim de que a alimentação possa, de fato, mudar o mundo, conforme elucida Bela Gil.