Enviada em: 29/10/2018

Globalização da má alimentação          De acordo com a FAO, órgão da ONU líder na questão da alimentação e agricultura, a temática alimentar tem fulcral importância nas políticas de Estado, haja visto que 11% da população mundial passa fome, enquanto a obesidade afeta 1 em cada 10, segundo a OMS. Ambos, acarretando malefícios ao corpo e sobrecarregando o serviço público de saúde local. No Brasil, o modo de vida urbano e as desigualdades socioeconômicas asseguram aquele mesmo cenário nutricional.              É fato que a Segunda Revolução Industrial alterou os hábitos alimentares mundiais ao difundir os alimentos processados, condizentes com o frenético modo de vida urbano. Dado que se demanda maior praticidade, em uma rotina com menos tempo para os brasileiros refletirem sobre o que ingerem e as consequências para a homeostasia corporal, as comidas com excesso de sódio, gordura e açúcar, alastram-se e cumprem o papel de provedoras de energia. Entretanto, as consequências para a saúde representam um alto preço a ser pago por este modo de vida urbano, haja visto que dados do Ministério da Saúde alertam para o aumento de doenças cardíacas, obesidade e diabetes na população, incluindo jovens e crianças; tendência também mundial. Não obstante, foge-se de solução concreta, como a reeducação alimentar, ao se adotarem soluções simplistas: uso crônico de remédios e cirurgias bariátricas. Sem mudanças efetivas, os gastos com o SUS aumentam rapidamente.           Ademais, contrariando o desregramento e o excesso alimentar, regiões de vulnerabilidade social ainda enfrentam problema de subnutrição. Isso ocorre com crianças no Norte e Nordeste brasileiro, principalmente, para quem a carência alimentar só é atenuada no período escolar pelo PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) o qual realiza educação alimentar e oferece cardápios nutricional e culturalmente direcionados gratuitamente nas escolas públicas. Assim, contrastando com seus lares, no ambiente escolar esses pequenos têm oferta de proteínas, vitaminas e sais minerais demandantes para o seu desenvolvimento intelectual e corpóreo, além de exercitarem sua cidadania.             Por fim, para atenuar os problemas relacionados à saúde no século XXI, O Ministério da Saúde  deve realizar campanha de reeducação alimentar com divulgação de vídeo-aulas, nas mídias, ministradas por nutricionistas que alertem e orientem a população para que essa faça melhores escolhas alimentares, as quais refletirão em sua qualidade de vida e longevidade. Ademais, cabe ao CAE, do PNAE, e ONGs a conscientização da população perante os prejuízos da subnutrição e da importância das ações do PNAE, para que juntos possam exigir ao MEC a implantação de período escolar integral em regiões de vulnerabilidade, salvaguardando a nutrição infantil.