A Constituição Federal de 1988 assegura o direito social à alimentação a todos os brasileiros. No entanto, tal garantia mostra-se insuficiente para o bem-estar dos cidadãos, já que, atualmente, no Brasil há o descuido com a qualidade dos alimentos e, por conseguinte, o surgimento de problemas relacionados a má alimentação é uma realidade, seja pelo reflexo da modernidade nos hábitos dos indivíduos, seja pelo abuso cometido por empresários no tocante ao uso de agrotóxicos. Diante disso, convém analisar as consequências dessa postura irresponsável para a sociedade. Para Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, todas as relações econômicas, políticas e sociais tendem a sofrer modificações. Assim, total disponibilidade para o trabalho e quase nenhum momento para se preocupar com a saúde são consequências da modernidade e afetam diretamente a realidade brasileira. Como consequência disso, é esperado que o número de obesos e hipertensos cresça no país. Ademais, a busca incessante por lucro - um dos desdobramentos do capitalismo - leva os empresários do ramo da agricultura a utilizarem cada vez mais agrotóxicos para aumentar a produtividade de suas colheitas. Desse modo, o consumo de produtos contaminados com essas substâncias torna-se um risco à saúde e ao meio ambiente como apontam dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE) e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). Fica evidente, portanto, que a indiferença da sociedade em relação a melhoria das condições de vida é o maior entrave para a resolução do problema. Destarte, cabe ao Ministério da Educação (MEC) a implantação de feiras e palestras, nas escolas, que discutam, com a orientação de nutricionistas e de educadores físicos, a importância da alimentação saudável para o indivíduo, a fim de educar os alunos e suas famílias. Além disso, a ANVISA deve aumentar o número de fiscalizações em latifúndios e multar os responsáveis pelos excessos cometidos no uso de insumos agrícolas. Dessa forma, a alimentação saudável será uma realidade no Brasil.