Enviada em: 31/10/2017

Thomas Malthus, no século XVIII, temia a grande calamidade mundial que se desenvolveria nos séculos seguintes caso o crescimento populacional não estivesse proporcional à produção de alimentos. Atualmente, embora a produção alimentícia tenha aumentado mais do que a população, infere-se que a catástrofe prevista por Malthus pode ser aplicada a outra problemática: à alimentação inadequada. Sendo assim, tendo em vista as frequentes doenças resultantes desse mal hábito, faz-se necessário analisar os aspectos que o potencializam.       A princípio, é fundamental salientar que a industrialização constitui-se como uma das principais responsáveis pela precária qualidade nutricional dos alimentos. Com a ideia de que "tempo é dinheiro", herdada a partir da Revolução Industrial, as pessoas, no século XXI, buscam por praticidade em razão da falta de tempo ocasionada pela agitação do cotidiano. Nesse sentido, os cidadãos recorrem, em muitos casos, aos "fast-foods" e aos enlatados, já que são comidas de fácil acesso e de preparo rápido, respectivamente. Entretanto, esses alimentos produzidos industrialmente contêm alto teor de conservantes e de açúcar que, indubitavelmente, são prejudiciais à saúde e podem acarretar doenças como hipertensão e diabetes. Dessa forma, urge buscar meios de contornar a situação, pois, de acordo com a OMS, essas duas doenças são as que mais matam no Brasil.      Ademais, associado a esse contexto, as publicidades influenciam negativamente o comportamento alimentar no momento em que tentam, constantemente, incentivar o indivíduo a comprar comidas industrializadas. À vista disso, atribui-se o conceito de alienação elaborado por Karl Marx, que consiste na diminuição da capacidade dos indivíduos em pensar ou agir por si próprios. Isto é observado, por exemplo, nas propagandas de cinema que utilizam mensagens subliminares para cativar o subconsciente do telespectador e fazê-lo comprar determinado alimento , geralmente "fast-foods", sem que ele saiba o motivo específico. Dessa maneira, além de as pessoas não possuírem alternativas acessíveis de comidas saudáveis no cotidiano – a julgar pelo alto preço dos produtos orgânicos – estão à mercê de alimentos industrializados que, a todo instante, são divulgados abusivamente na mídia.         A fim de assegurar, destarte, a saúde do cidadão, faz-se necessário que o Ministério da Fazenda diminua os impostos sobre os produtos orgânicos, de modo a deixá-los com um preço acessível nos supermercados e feiras, uma vez que esses alimentos estão livres de conservantes e de outros aditivos utilizados pelas indústrias. Além disso, é fundamental que o Ministério das Comunicações puna, com multas, os suportes de propaganda que usarem artifícios invasivos para persuadir a população a comprar alimentos industrializados, com o intuito de diminuir a influência dessas publicidades.