Enviada em: 20/08/2018

No limiar do século XXI, a banalização da prostituição aparece como um dos problemas mais evidentes na sociedade brasileira. É mediante tal questão que muitas pessoas são violentadas - física ou psicologicamente. Nesse contexto, é indispensável salientar que a desigualdade social está entre as causas da problemática, haja vista que, em uma situação de necessidade financeira, o indivíduo encontra na prostituição uma alternativa para suprir essa carência. Diante disso, vale discutir a insuficiência da administração pública para com a proteção dessa parcela da sociedade e a importância da educação para a evolução do país, bem como a atuação do Estado no âmbito da solução desse impasse.       Em uma primeira abordagem, é fundamental destacar que a prostituição é discriminada no Brasil. Na segunda metade do século XIX, o escritor Aluísio Azevedo inovou ao abordar da prostituição em um de seus livros, "O Cortiço". Na obra, é possível perceber que os profissionais da prostituição eram marginalizados pela sociedade, sofriam preconceitos e violência física e psicológica. Apesar de ter sido escrito há mais de 100 anos, muitas pessoas ainda passam por situações parecidas no hodierno cenário brasileiro. Isso ainda acontece em razão da desigualdade social, que regula as oportunidades que cada segmento da sociedade terá acesso. Nesse sentido, o filósofo Jean-Paul Sartre sustenta a ideia de que determinadas categorias sociais apresentam privilégios em detrimento de outras, de modo a estabelecer uma convenção a qual ratifica um ciclo de pobreza associada à prostituição.      Outro ponto em destaque - nessa temática - é a relevância da educação para o desenvolvimento da na nação. Nesse sentido, o educador Paulo Freire defende o pensamento de que, se a educação não pode transformar a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda. Fazendo jus desse conceito, é importante a difusão de conhecimentos sobre a prostituição, de modo que o respeito ao próximo e a tolerância sejam virtudes no corpo social brasileiro. Nessa ótica, a máxima do filósofo Nicolau Maquiavel de que os preconceitos têm mais raízes do que os princípios, não será aplicada na população "verde e amarela". De maneira análoga, uma mudança nos valores da sociedade é imprescindível para transpor as barreiras da discriminação e da intolerância.      Fica evidente, portanto, que medidas são necessárias para evitar a banalização da prostituição. Cabe ao Ministério da Educação criar um projeto para ser desenvolvido em todos os municípios brasileiros, de modo que os agentes da prostituição tenham acesso ao sistema educacional. Nesse programa, será ministrada aulas profissionalizantes para dar oportunidades justas a essas pessoas de entrarem no mercado de trabalho. Com isso, o Brasil construirá caminhos seguros para seus cidadãos.