A novela "Salve Jorge", da Rede Globo, abordou, além do tráfico de pessoas, a vida de mulheres em condição de prostituição forçada. Fora das telas, muitos são os problemas relativos a essa atividade sexual. Fatores de caráter cultural e social são os principais eixos de debate dessa temática na contemporaneidade nacional. É importante pontuar, de início, o caráter transformador da formação acadêmica na sociedade. À guisa de Kant, o ser humano é aquilo que a educação faz dele, o que corrobora a relevância dessa instituição. Todavia, o desvio de verbas, a falta de infraestrutura e a carência de profissionais qualificados são alguns dos vários empecilhos para uma educação pública de qualidade no país. Dados da FUMEC apontam para 70% a porcentagem de mulheres prostitutas que não tem profissionalização, o que relaciona a falta de estudos com o ingresso nessa atividade. É fundamental investir na educação nacional para garantir melhores oportunidades para essas pessoas. Outrossim, tem-se os casos de agressão, abuso sexual e contaminação de doenças enquanto realidade nessa área. Por não ser uma "profissão" regulamentada e marginalizada socialmente, não existem quaisquer garantias aos direitos dos envolvidos. Sem amparo, essas pessoas acabam expostas aos mais variados riscos na busca por uma fonte de renda. É inegável, portanto, a relevância de fatores culturais e sociais para a problemática supracitada. Nesse viés, é dever do Estado, por meio dos seus órgãos responsáveis, aumentar os investimentos no setor educacional. Melhorias nas escolas, oferecimento de cursos técnicos para professores e criação de mais salas de aula são os principais meios de desenvolver tal medida. Ainda, é importante que o Governo, em parceria com as ONGs, crie um departamento de assistência às pessoas em situação de prostituição. A ideia é, a partir de apoio psicológico e oportunidades de qualificação, oferecer a esses homens e mulheres melhores condições de vida. Somente assim, será possível que esse fenômeno fique restrito à representação artística, como em "Salve Jorge".