Assunto de extrema importância para a sociedade brasileira, a prostituição é uma questão complexa, uma vez que a sua ocorrência se liga a contextos variados, tais como a desigualdade social presente no país. Entretanto, é necessário aferir até que ponto, tão somente, a falta de oportunidades é responsável pelo problema, tendo em vista que a escolha do indivíduo por ganhos financeiros fáceis, também, faz parte dessa realidade. Em relação à desigualdade social, é válido destacar, antes de tudo, que em muitas regiões do Norte e Nordeste do país a prostituição é favorecida pela completa falta de políticas públicas. Isso porque quase nenhum investimento é feito pelo Estado para minimizar a situação da população que vive abaixo da linha da pobreza nessas localidades. Como consequência dessa realidade, sem ter alternativas para sobreviver, um número expressivo de mulheres são obrigadas a se submeterem à prostituição para se sustentarem e sustentarem, também, a família. No que se refere à prostituição como escolha do indivíduo, observa-se que essa situação está associada a ganhos econômicos fáceis. Prova disso são as garotas de programa “de luxo” que se dedicam a atividade sexual, não por falta de oportunidades, mas por preferirem esse ramo de atividade, atuando tão somente pela questão econômica. Constatada essa realidade, conclui-se que nesse aspecto a prática da prostituição não é uma questão de falta de oportunidades, mas de preferência pessoal. Dessa forma, questões como desigualdade social e ganhos econômicos fáceis estão associadas ao problema da prostituição no Brasil e não podem ser desconsideradas. Espera-se que o Governo Federal, por meio do Ministério do Desenvolvimento Social, implemente programas, como educação efetiva para todos, nas áreas mais necessitadas do país, objetivando a mobilidade social das pessoas que vivem à beira da miséria para que não tenham que se submeter a ato tão degradante.