Enviada em: 03/10/2018

Fenômeno de audiência televisiva, a novela "Paraíso Tropical" retratou com certa romantização através da personagem "Bebel", a prostituição no Brasil. Fora das telas, essa realidade é completamente diferente no país, visto que a entrada nessa vida é cruel e só ocorre devido ao descaso do poder público com a mulher periférica e com a falta de oportunidades para mulheres no mercado machista. Portanto, é evidente a necessidade de políticas públicas para sanar esse problema.        Tendo em vista  o contexto histórico brasileiro,  a questão da mulher periférica na maioria dos casos negra, vem ganhando força desde o fim da escravidão. Isso decorre do falho processo de inserção do negro na sociedade, pois este movimento caracterizou na marginalização da mulher, juntamente com o apelo sexual que a sociedade cultua no corpo feminino. Esse fatos podem ser exemplificados na quantidade de mulheres que vivem  em áreas marginalizadas e que encontram na prostituição uma alternativa para sobrevivência. Por consequência, esse mercado é impulsionado e a vida dessas mulheres colocada em risco.        Além disso, a cultura machista no mercado de trabalho é outro fator que leva as mulheres a se prostituirem. Isso se deve ao fato de que a figura feminina é vista como incapaz para diversos tipos de trabalho, principalmente aqueles que não exigem escolaridade completa, ocupados na maioria das vezes por homens. A grande problemática é que o maior índice de prostituição está atrelado às mulheres de baixa escolaridade, ou seja, que necessitam de espaço nesses trabalhos sem exigência de estudo. Logo, essa exclusão do mercado também surge como fator propulsor da prostituição.        Infere-se, portanto, que medidas devem ser realizadas com o objetivo de diminuir os casos de prostituição no Brasil. Faz-se necessário, o Governo Estadual em parceria com as Universidades Públicas desenvolver cursos profissionalizantes para mulheres de pouca renda e escolaridade, a fim de democratizar o acesso á educação e facilitar a obtenção de emprego, excluindo a prostituição como alternativa de vida. É preciso, também, que o poder Legislativo discuta e defina projetos que evidenciem a obrigatoriedade do mercado de trabalho dar maiores oportunidades ao sexo feminino, garantindo sua autossuficiência. Só assim, serão criadas melhores oportunidades para sobrevivência da mulher, que antes se prostituía.