Enviada em: 15/10/2018

O século XX e, sobretudo, o século XXI foram marcados por avanços nas relações sociais que adentraram o cotidiano da sociedade contemporânea. Tais melhorias foram propiciadas pela Revolução Industrial e os movimentos sociais desse contexto, entre eles, o feminismo. Nesse contexto, as mulheres conquistaram direitos antes renegados e também a valorização da mulher no mercado de trabalho. Entretanto, tais melhorias não surtiram os efeitos esperados e ainda existem questões a serem superadas relacionadas à prostituição no Brasil.  Carlos Drummond de Andrade, no poema "No meio do caminho", revela metaforicamente que existem desafios no decorrer da vida. De forma análoga, o Governo Brasileiro apresenta dificuldades em lidar com as situações relacionadas a profissão mais antiga do mundo, a prostituição no país. No Brasil, segundo a pesquisa da Fundação Mineira de Educação e Cultura - FUMEC, muitas das brasileiras que encontram trabalho na prostituição recorrem a essa prática devido a invisibilidade social que se encontram, estando muitas vezes marginalizadas devido a falta de acesso a educação formal e a fontes de renda dignas para uma boa condição financeira capaz de sustentar uma família. Percebe-se que as prostitutas são fruto de uma sociedade excludente e segregacionista no nosso país. Ademais, no filme "Uma Linda Mulher" é retratado de forma idealizada a paixão entre um cliente e uma prostituta americana. Todavia a realidade não é tão romantizada, no Brasil as trabalhadoras do sexo, sofrem inúmeros tipos de violência e se colocam diariamente em situação vulnerável. Percebe-se ao analisarmos os dados da pesquisa da Associação das Profissionais do Sexo de Picos - PI que cerca de 50% das entrevistadas já sofreu uma ou mais situação de violência durante os encontros com clientes, entre eles violência física, sexual e psicológica. Demonstrando claramente a situação de risco e a necessidade de atuação do poder público. Convém, portanto, uma intervenção estatal visando solucionar as questões ligadas a prostituição no Brasil. O Ministério da Educação, através das escolas profissionalizantes, deve investir em programas para capacitação profissional, com cursos técnicos destinados as prostitutas, buscando integrar essas mulheres ao mercado de trabalho formal brasileiro. As polícias militares e civis estaduais, devem unir esforços visando reprimir as práticas de violência contra trabalhadoras do sexo através de investigação e punição dos casos que forem identificados, para dessa forma propiciar segurança as profissionais do sexo. Infere-se ainda, a necessidade da atuação da mídia veiculando campanhas de engajamento, visando criar o senso crítico para evitar que casos de violência contra as meretrizes se perpetuem. Dessa forma, ao implementar essas medidas pode ser possível reduzir essas questões no país.