Enviada em: 20/10/2018

Conforme  John Locke, o estado deve prover um contexto no qual haja primazia à vida e liberdade de cada indivíduo a fim de alcançar a harmonia social. No entanto, as questões relacionadas à prostituição no Brasil revelam o quão distante este país se encontra do referido ideal, uma vez que, na maioria dos casos, tal fator ratifica a existência falhas sociais absurdas. De tal sorte, para mudar o quadro em questão é preciso ponderar sobre as implicações dessa problemática.   Cabe ressaltar, a princípio, que a miséria financeira que ainda acomete uma grande parcela dos indivíduos desta nação é um dos principais pilares do problema em análise. Tal afirmação encontra respaldo nos dados de uma pesquisa realizada pela Fundação Mineira de Educação e Cultura que revelou que das 1,5 milhões de pessoas, entre homens e mulheres que vivem em situação de prostituição no Brasil, 59% são chefes de família e devem sustentar sozinhos os filhos. Dessa maneira, consoante ao ideário da Teoria Reformista, é possível abstrair que a miséria econômica não apenas gera o crescimento populacional, mas também corrobora para a existência de um subterfúgio típico de uma sociedade deficitária.     Outrossim, é indispensável o destaque das maiores e mais danosas consequências desse mal. Afinal, é racional analisar os frutos provenientes do comércio sexual para entender o que ele pode oferecer em âmbito sociológico. Tendo isso em vista, percebe-se que a ligação entre a prostituição e absurdos como exploração do sexo infantil, maior disseminação de doenças sexualmente transmissíveis e aumento no número de abortos, são ocorrências que que reafirmam a negatividade da prática. Nesse cenário, fica impossível que este país um dia chegue perto de realizar as ideias de ordem e progresso expressas em nossa bandeira.    Pode-se dizer, portanto, que é necessário criar mecanismos que visem a superação do óbice em comento. Para tanto, o Governo Federal deve investir ainda mais nos recursos de inclusão social já existentes, como o programa Jovem Aprendiz, para que a juventude possua um maior leque de opções legais e dignas de se inserir no mercado de trabalho, visando, assim, a diminuição das desigualdades sociais. Além disso, levando-se em consideração umas das máximas de Kant que diz que é no problema da educação que se assenta o segredo do aperfeiçoamento da sociedade, outra medida cabível pode ser assumida pelo Ministério da Educação, em parceria com as ONGs, criando uma campanha educacional que vise elucidar os malefícios da prostituição e afastar ainda mais essa triste possibilidade da cabeça dos futuros adultos. Assim sendo, a teoria do contratualista Locke encontraria prática em nossa nação.