Enviada em: 12/10/2018

Sigmund Freud, psicanalista austríaco, defende que a parte emocional e instintiva do subconsciente humano, que ele chama de Id, assume o controle em situações extremas, onde a pessoa toma uma atitude desesperada. Diante disso, a prostituição é um problema que afeta, principalmente, mulheres e transexuais que, geralmente, encontram-se em um situação de vulnerabilidade, onde a emoção se sobrepõe a razão, se arriscando a contrair doenças.    A princípio, é vital abordar a questão de como a desigualdade social fomenta o mercado da prostitui-ção. Para Émile Durkheim, sociólogo francês, o meio é a principal de influência durante no desenvolvi-mento do indivíduo, suas ações são coagidas pelos estímulos externos. Sendo assim, uma pessoa que vive em uma sociedade desigual, onde as oportunidades não são para todos, é levada a buscar outras formas de conseguir o seu sustento podendo apelar para a venda do seu corpo, a venda da sua digni-dade. Prova disso é que 90% dos transexuais já recorreu à prostituição em algum momento da vida por não conseguirem outras opções de trabalho, aponta a Associação Brasileira de Travestis e Transexuais. É inaceitável que no século XXI as pessoas ainda tenham que violar a privacidade dos seus corpos para conseguirem custear a sua sobrevivência, isso é uma âncora que segura o desenvolvimento de uma sociedade justa e que respeite seus integrantes.     Outrossim, essa disparidade social gera problemas como a contaminação por DSTs. De acordo com a Associação das Prostitutas do Ceará (APROCE), cerca de 90% das prostitutas cadastradas já deixaram de usam preservativo para satisfazer a vontade do cliente. Esse é um dado preocupante, tendo em vista o número de doenças sexualmente transmissíveis que poder estar envolvida em uma relação, e como um profissional do sexo atende várias pessoas, ele é um vetor ideal para a proliferação de AIDs, sífilis, gonorreia, entre outras patologias. Posto isso, essa situação eleva a gravidade do problema, deixando se ser só uma mazela social, se tronado uma questão de saúde pública, custando não só a dignidade das pessoas mas também a vida.   Fica claro, portanto, que medidas devem ser tomadas para resolver a problemática. Primeiramente, compete ao Ministério de Desenvolvimento Social combater as desigualdades de forma mais efetiva, por meio da ampliação do acesso a educação, cortando impostos das instituições privadas para poder populariza-las, a fim de possibilitar uma maior ascensão social de pessoas vulnerabilizadas. Ademais, cabe ao Ministério da Saúde, em parceria com órgãos como o APROCE, combater as DSTs entre as prostitutas por artifício de campanhas educativas que alertem sobre os riscos do sexo sem proteção, a fito de garantir mais qualidade de vida para essas pessoas.