Segundo o filósofo inglês Thomas Hobbes, é necessário estabelecer um contrato social em que o governo garanta a segurança do povo e iniba um convívio caótico. No entanto, a questão da prostituição no Brasil é um fator que impede a harmonia cívica. Nesse contexto, discute-se as causas de tal fenômeno e suas desastrosas consequências na vida de milhares de brasileiros. Em primeiro plano, é importante destacar que o quadro de desigualdade social e econômica no Brasil é o principal fator que contribui para a exorbitante quantidade de pessoas, tanto homens quanto mulheres, que utilizam a venda de favores sexuais como forma de garantir o seu sustento. Dessa forma, percebe-se que o dinheiro é o principal norteador da decisão de adentrar essa vida, embora muitos jovens entrem obrigados pela família e não têm direito de escolha. O filme Bruna Surfistinha, por exemplo, ilustra muito bem a situação e o estilo de vida das pessoas imersas em tal situação, ao narrar a história da jovem Raquel, que decide abandonar sua antiga rotina para se tornar uma prostituta e descreve toda sua história em um blog na internet. Obras como essa são importantes pois trazem reconhecimento ao retratar a vida de milhares de pessoas em tal situação. Ademais, as consequências da imersão de jovens e adultos no estilo de vida relacionado à prostituição são devastadoras, com destaque para a violência a que a grande maioria é acometida. Estudos realizados em 2012 pela Revista Brasileira de Enfermagem mostram que tal violência se manifesta por meio de agressões físicas, sexuais, e, surpreendentemente, a maior parte se trata de agressões psicológicas, por meio de insultos e humilhação. As consequências de tal situação variam entre a transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, o desenvolvimento de doenças psicológicas como por exemplo a depressão, o aumento dos casos de pedofilia e estupros e principalmente gravidezes indesejadas. Em síntese, salienta-se que a prostituição e suas consequências são um problema social que deve ser solucionado imediatamente. Para isso, cabe ao Poder Legislativo o desenvolvimento de novos projetos de lei que garantam maior segurança e qualidade de vida às prostitutas, de modo a prevenir novos casos de violência. Além disso, faz-se necessário, a partir das empresas públicas e privadas a abertura de novos cargos a fim de proporcionar maior possibilidade de conseguir um emprego digno no mercado de trabalho. Por fim, à Mídia, atribui-se o papel de canal de denúncias da violência, em todos os seus âmbitos, em nossa sociedade, como forma de garantir mais segurança para todos. Dessa forma, será possível solucionar as problemáticas relacionadas à questão da prostituição no Brasil e assegurar maior qualidade de vida aos milhares de brasileiros que vivem nessa situação.