Enviada em: 14/10/2018

Comercializar o próprio corpo, para a sociedade, é hediondo. No entanto, a prostituição de mulheres brasileiras é crescente e está relacionada a motivações amplas e efeitos nefastos, principalmente por conceitos patriarcais advindos de pensamentos arcaicos.    É válido destacar, antes de tudo, que o ser humano reflete aquilo que incide sobre ele. A vulnerabilidade socioeconômica que atinge mulheres, solteiras, mães corrobora para a prostituição, dado que é um meio de ganho dissociado de grau de escolaridade, horário fixo e periódico. Segundo a Fundação Mineira de Educação e Cultura, FUMEC, estima-se que um pouco menos que 50% das mulheres que se prostituem não possuem o Ensino Médio e, assim, ratifica o fundamento de que ser exposta a essa prática é determinada por uma conjuntura de sustento da família. Nessa perspectiva, a escolha do corpo como meio de sustento é optado em detrimento da qualificação profissional, que demanda tempo e investimento financeiro.      Por conseguinte, o ser humano reflete aquilo que incide sobre ele. A visão distorcida de que a troca de sexo por dinheiro é realizada com base em libertinagem impulsiona o pensamento intolerante para com as mulheres. Isso é recorrente porque é passado para as gerações o entendimento de que prostitutas são irrelevantes e, com isso, seus sentimentos, suas vontades não precisam de respeito. Dessa maneira, casos de abuso sexual, aborto e contaminação por DST’s é recorrente entre as histórias das profissionais do sexo.      Fica claro, portanto, que medidas precisam ser tomadas proteger a decisão da escolha de usar sua constituição física para a aquisição de dinheiro. Para isso, faz-se necessário que o Legislativo renove o Código Penal vigente no Brasil, de 1940, com a homologação de tal prática como profissão e elucidar quais danos à mulher e ao seu corpo são protegidos por lei. Dessa forma, assegurar a segurança física das mulheres.