No meio do caminho havia uma pedra No limiar do século XXI,a prostituição e seus desdobramentos ainda configuram-se como desafio para a sociedade brasileira.Na esteira desse processo, a prostituiçaõ apresenta-se como consequencia da pobreza e dos ditames da sociedade do consumo. Além disso, tal panorama expõe os profissionais do sexo à condições de vulnerabilidade. A falta de ferramentas para ascensão social , disponíveis para as populações carentes , se traduz num quadro de pobreza que empurra homens e mulheres à prostituiçaõ. Somado a isso, os alto padrões de consumo instituídos pela sociedade capitalista hodierna cristaliza no ideário dos brasileiros a necessidade de ostentar e viver uma vida de luxo, que leva individuos à recorrerem a prostituiçaõ. De acordo com o IPE, Instituto de Pesquisas Evolutivas, a prostituição no Brasil tem causas multifatorias , dentre as principais estão as condições sociais e o modo de vida orientado pela crescente propensão ao consumo de bens e serviços.Logo, é inegável que a prostituição tem raízes ideológicas e econômicas que expõem as mazelas da nação. Em consonância com as causas, tal parcela da população está ,constantemente, exposta a perigos: desde agressão física , passando pelo abuso sexual até a exploração dos rufiãos. Segundo dados do Instituto de Pesquisa da USP, cerca de 40% dos profissionais do sexo já sofreram algum tipo de violência e cerca de 75% conhecem ou já ouviram falar de alguém que foi agredida . Desse modo, a prostituiçaõ vulnerabiliza seus profissionais, colocando em xeque o ideário democrático. Parafraseando o antropólogo Robert Putnam, a resolução dos desafios advindos da prostituição requer uma ação integrada. Partindo da visão do autor, é necessário o oferecimento de ferramentas de ascensão social, como também a assistência aos profissionais do sexo , aliado com rompimento de constructos sociais. Para tanto, o Estado, com seu caráter socializante e abarcativo,deverá investir em cursos técnicos e oportunidades de qualificações para as populações de risco, propiciando a autonomia econômica e ascensão social; a escola, formadora de senso crítico, deverá promover debates seminário vsando desconstruir a ideologia consumista ; a esfera estadual em parceria com as prefeituras devem oferecer serviço de acompanhamento aos profissionais do sexo que sofreram violência.Assim, retirando as pedras do caminho , construir-se-à um Brasil pleno.