Enviada em: 20/10/2018

Mesmo diante do conservadorismo da sociedade do século XIX, muitas moças emprestavam seu corpo para atos promíscuos. Hodiernamente, tal situação ainda ocorre, visto que a prostituição é adotada como um meio de trabalho por muitos indivíduos. Nesse contexto, evidencia-se que essa prática fomenta a exploração sexual e a banalização da violência contra a mulher.        É válido ressaltar, que a exploração sexual de menores, corroborada pela prostituição, é um fato pertinente. Nesse sentido, entre as camadas mais pobres, usar as crianças como forma de obtenção de lucros se tornou prática corriqueira. Tal situação pode ser ratificada pela socióloga Hannah Arendt que defende, na teoria da banalidade do mal, que quando uma atitude ofensiva ocorre constantemente, as pessoas deixam de vê-la com errada. Seguindo esse raciocínio, por mais que os indivíduos que vivenciam esse contexto tenham ciência do teor nocivo da objetificação de uma criança, eles entendem como algo natural, o que remonta ao conceito defendido por Hannah Arendt.        Outrossim, vale salientar que as mulheres que adotam esse estilo de vida, infelizmente, perdem o seu prestígio social. Nessa conjuntura, os casos de violência ocorridos contra estas vítimas são silenciados, pois é como se elas soubessem desse risco e mesmo assim quisessem corre-lo. Tal ocorrência, se relaciona com o pensador Nick Couldry que defende, na obra "Por que a voz importa?", que um dos principais problemas da sociedade pós-moderna é a desigualdade na fala. Nesse sentido, ao se prostituir a mulher perde a voz, isto é, perde o direito de expressar os seus anseios, o que contribui para que esse grupo fique a margem da sociedade.         Destarte, diante do supracitado, é necessário elaborar medidas contundentes para atenuar a problemática. Para tal, é imperativo que o Estado, cumpra seu papel de promotor de bem-estar social de maneira efetiva, de modo que ofereça cursos profissionalizantes e posteriormente oportunidade de emprego, para aquelas pessoas que vivem em situação de maior vulnerabilidade social. Além disso, é necessário que a mídia, junto aos setores socialmente engajados, promovam ações que direcione profissionais, como assistentes sociais e psicólogos, para que eles possam identificar menores que sofrem dessa violência e direcioná-los para os órgãos responsáveis, bem como para  orientar a população a denunciar casos de exploração sexual de crianças. Tais medidas, surtiriam efeito na proteção daqueles que optam por esse extremo como forma de sobrevivência.