Enviada em: 17/03/2019

Racismo e suas artimanhas    Desde os primórdios do processo de Expansão Marítima, o europeu utilizou uma conotação racial para a escravidão. A partir da chegada do português em território brasileiro, a sociedade foi ensinada a considerar o negro como alguém inferior.  Com a ascensão inglesa no comércio e nas relações exteriores (oriundas do processo de Revolução Industrial), houve pressão britânica nos países do globo para promoverem o fim da escravidão. Por conta desse fato, em 1888, ocorre a abolição da escravatura sem, contudo, haver a inclusão dos negros dentro da sociedade. Esse acontecimento torna-os marginalizados e excluídos sem perspectiva de uma vida melhor. O racismo perdura até os dias de hoje de maneira velada e naturalizada. Através de brincadeiras e expressões, o "politicamente incorreto" propaga a existência de um preconceito intrínseco e, muitas vezes, não notado.  O Estado, ao longo da história, utiliza de parâmetros científicos  para embasar a ausência de desigualdade social. No caso brasileiro, durante o governo ditatorial varguista, foi usado o conceito de "Democracia racial" (criado pelo sociólogo Gilberto Freyre) para afirmar que o problema da disparidade se encontrava nas classes sociais e não na cor de pele. A ausência de uma segregação legalizada, como observada na África do Sul e Estados Unidos, não pode ser utilizada como argumento para caracterizar o Brasil como um "paraíso racial". Por isso, a Organização das Nações Unidas (ONU) reconhece a existência de um problema racial do país.  Em virtude dos fatos, é válido salientar que a abolição é um processo inacabado e suas consequências duram até hoje. O Ministério da Educação deve promover, de maneira obrigatória, debates acerca do tema para desconstruir ideias oriundas das instituições "tradicionais". Somado a isso, as políticas de ação afirmativa devem ser expandidas para todos os concursos públicos de qualquer esfera (Executivo, Legislativo e Judiciário).