Enviada em: 19/08/2019

No livro: Admirável Mundo Novo; o escritor Aldous Huxley apresenta uma sociedade distópica, caracterizada pela divisão social em castas. Nelas, cada grupo se isolava, de forma que as raças consideradas superiores fomentassem um discurso de eugenia. Apesar de ficção, essa temática pode ser projetada para a realidade brasileira, na qual, de fato, se verifica um processo de segregação sustentado pelo racismo. Cabe, então, analisar as origens e os impactos dessa situação.       Em primeiro lugar, é imprescindível relembrar o viés diacrônico que constitui esse cenário. Assim; segundo Sérgio Buarque de Holanda, após o fim da escravidão, não houve a criação de políticas de inserção social. Dessa forma - apesar de livres - os ex-escravos acabaram se constituindo em grupo marginalizado, sem a garantia plena de direitos sociais, civis e políticos. Agora, há mais de cem anos, essa situação ainda se verifica, o que implica inúmeros problemas.       Com efeito, por meio de uma análise sincrônica, verifica-se esse panorama. Nessa perspectiva; o Mapa da Violência de 2018 indicou que, aproximadamente, 70% dos homicídios ocorrem contra negros - o que mostra que são, ainda, os principais alvos da violência. Além disso, ao se verificar os dados do Ministério da Educação, vê-se que apenas 30% dos estudantes universitários são afro-brasileiros. Com isso, é possível afirmar que o racismo se verifica nos diversos meios sociais, fruto de uma herança histórica resguardada pela sociedade.       Diante do exposto, fica claro que o racismo se tornou, atualmente, um dos principais flagelos da sociedade, portanto, deve ser combatido. Para tanto, é mister que os "digital influencers", como "youtubers" e "blogueiros",  organizem projetos de valorização à cultura e combate ao preconceito. Dessa maneira, por meio da apresentação de estatísticas e dados históricos - bem como debates com especialistas - será possível alertar a sociedade e convencê-la desse problema. Apenas assim, será plausível desfigurar o paralelismo com a ficção denotada por Huxley.