Enviada em: 18/06/2017

Na confluência entre o aumento da expectativa de vida e a crise econômica que eleva o número de desempregados, a discussão sobre a reforma previdenciária no Brasil é fundamental. Diante desse cenário de envelhecimento da população do país, é necessário que o sistema de aposentadorias seja eficiente e considere as divergências que compõem a nação.    Observa-se, primeiramente, que o alargamento do topo da pirâmide etária, previsto para os próximos anos, deve ser considerado nas resoluções para as reformas. Como o mercado de trabalho brasileiro não é receptivo à contratação de indivíduos com mais idade, essa camada ficaria mais dependente dos serviços do Estado, o que aumentaria os gastos públicos. Da mesma forma, o maior número de cidadãos idosos sobrecarregará o sistema de aposentadorias se as mudanças não considerarem esse futuro quadro da população brasileira.    Verifica-se, ainda, que as desigualdades entre as regiões do país também precisam ser analisadas para alterações na previdência. O geógrafo Milton Santos, tendo como critério o meio técnico-científico-informacional, regionalizou o país em quatro grandes áreas. As propostas de modificação dessa instituição, contraditoriamente, costumam ser fixas e pouco abrangentes, não se aplicando as peculiaridades desses quatro grandes e distintos "brasis" do pesquisador.         Depreende-se, portanto, que na modelagem do sistema previdenciário da nação devem ser examinados as diferenças que constituem o país, investindo nos pontos certos para torná-la mais eficiente. Perante o aumento da esperança de vida, cabe ao Governo, a função de garantir serviços com qualidade a essa população mais idosa. Por meio da isenção de alguns impostos, por exemplo, esse órgão pode incentivar empresas a contratarem pessoas com mais idade. Ademais, também pode aplicar capitais em estudos sobre as divergências entre os estados brasileiros, visando criar um sistema mais flexível.