Enviada em: 04/07/2017

A Proposta de Emenda à Constituição 287, que trata do tema referente a reforma previdenciária, ainda está em análise na Câmara dos deputados e segundo as expectativas do governo, deve ser apreciada pelos senadores no segundo semestre do ano de 2017. Entretanto, se depender da opinião da sociedade civil, o projeto em suas configurações atuais, não passará com facilidade. Um exemplo que comprova essa impopularidade é a pesquisa divulgada em abril pela consultoria da CUT (Central Única dos Trabalhadores) através do instituto Vox populi, onde, muito além da esperada rejeição, expressivos 93% dos entrevistados, afirmaram ser contra as modificações das regras na aposentadoria.  Diante disso, torna-se passível de discussão os desafios enfrentados pelo governo no que se refere à questão da urgência da aprovação da reforma previdenciária no Brasil, principalmente em relação as contas, que, segundo especialistas na área, não fecham; E os mecanismos de adequação à realidade brasileira, não abordados no texto da emenda.       As contas da Previdência Social são auditadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Na última auditoria, a corte de contas confirmou o rombo no orçamento da Previdência, que somou R$ 149,7 bilhões em 2016 - aumento de 74,5% em relação ao do ano anterior. No que se refere à problemática em questão, torna-se claro a necessidade de uma mudança no sistema da previdência, mas estando visível essa crise, o que impede uma passagem mais branda da aprovação no Legislativo? Pode-se tomar como primeiro ponto, a falta de confiança do povo no chefe do Poder Executivo. Tal fragmentação da habilidade persuasiva e otimista que o líder de uma nação deve transmitir é ainda acrescida pela tomada de medidas impopulares. Isso resulta em descrença popular, em cidadãos cada vez mais indignados e contrários às medidas tomadas pelos políticos       A omissão de uma abrangência justa nas especificidades dos cidadãos brasileiros também se mostra como fator relevante no que concerne ao lapso de desaprovação social da reforma da previdência. Mesmo que comprovado o aumento da expectativa de vida do brasileiro, a proposta ignora, por exemplo, que a perspectiva de vida de um trabalhador no interior de Alagoas é menor que a de um trabalhador do centro de Florianópolis. Ou seja, o texto da emenda não se adequa a realidade de todos os cidadãos brasileiros. Tal fato reflete a recusa tanto da população quanto dos partidos populistas.       Diante dos fatos expostos, medidas devem ser tomadas a fim de melhorar a confiança dos brasileiros na proposta da reforma da previdência. Para isso, a Câmara e o Senado devem acrescentar propostas que viabilizem a todos os brasileiros o acesso justo a aposentadoria. Ainda as mesmas casas podem divulgar em mídias televisivas a importância da reforma para o futuro do Brasil.