Enviada em: 04/07/2017

Por mais que a nova reforma previdenciária seja necessária para garantir a aposentadoria das gerações futuras, ela adota medidas duras que irão afetar os planos de muitos cidadãos. Nem todos tem condições de criar uma reserva privada para usufruir numa idade avançada; logo, muitos terão que continuar trabalhando para sobreviver. O problema é que existem empregos que não são próprios para idades avançadas, e ainda há a probabilidade de ser demitido antes de se atingir a idade mínima para se aposentar.       Em grandes empresas, é comum haver uma perspectiva de crescimento com progressão de carreira. Assim, com o passar dos anos, o funcionário atinge posições de destaque, e ele passa a ter uma condição financeira confortável que lhe garanta a subsistência caso um imprevisto aconteça. Contudo, devido à pouca valorização e investimento na  educação brasileira, muitos ficam estagnados em cargos mal remunerados durante a vida toda, e alguns desses cargos acumulam funções em que é exigido um preparo físico incompatível com a idade avançada, como no caso de serviços de limpeza e da construção civil.       Outro parcela que será prejudicada pelo aumento da idade mínima da aposentaria são aqueles que foram demitidos no final da carreira. Se não for o caso de um indivíduo que atua em cargos gerenciais onde a experiência faz diferença, ele será facilmente substituível por alguém mais novo que irá até aceitar ganhar um salário menor. Assim, além de deixar de contribuir com a previdência, ele irá depender de favores de terceiros até conseguir se aposentar por idade.       O que é preciso fazer nesses dois casos é, em primeiro lugar, estabelecer um tempo de contribuição variável que se adeque ao tipo de trabalho realizado pelo contribuinte na maior parte da sua vida. E em segundo, incentivar empresas através de intenções fiscais para que elas permaneçam com funcionários antigos até que estes consigam se aposentar, mas medindo a produtividade para que não seja algo prejudicial.