Mudar é preciso, reformar não. A ideia de ter uma assistência ao trabalhador é algo que teve como ponta pé inicial a Lei Elói Chaves em 1923, que regulamentava os fundos de pensão, que eram na época uma iniciativa do setor privado, porém em 1930 o Presidente Getúlio Vargas resolve suspender os fundos e criar o Instituto de Aposentadoria e Pensão. Desde então várias mudanças foram feitas para modelar o Previdência Social que conhecemos hoje, no entanto ela corre o risco de mudar e por isso vivemos um verdadeiro dilema. A previdência não se paga e os rombos nos cofres públicos tem ficado cada dia mais onerosos e o atual Governo com a pretensão de ajustar os gastos, pressiona para que a reforma seja feita em tempo recorde. Entretanto o assunto é delicado e prevê mudanças que afetaria toda a população, com o aumento da idade mínima para requerer a aposentadoria, para os homens 65 anos e para as mulheres 62. O que na visão do Estado pode ser a solução fazendo que a conta feche, para a população só intensifica um problema que já existe, que é a falta de espaço no mercado de trabalho para profissionais com 50 anos ou mais, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas somente cerca de 34% dessa população trabalha com carteira assinada. Esse é apenas um dos possíveis problemas que serão gerados por uma reforma feita de forma rápida e talvez leviana, o cidadão brasileiro que vai colher os frutos em um futuro bem próximo por essas mudanças. Não se trata só de dinheiro, são vidas, sonhos, projetos que serão alterados com a aprovação da nova lei. Rosseau já dizia "a vontade geral deve emanar de todos para ser aplicada a todos", não a vontade de uma minoria sobre o povo. Pensando nessa temática uma das possíveis soluções para o empasse seja, priorizar outras reformas que não reduzam direitos, por exemplo a reforma política, que poderia cobrir o desfalque na receita, enquanto o poder público busca junto com especialistas e com a sociedade, através de consultas publicas a melhor solução.