Enviada em: 21/04/2018

O lema positivista da bandeira brasileira, "Ordem e Progresso", não se aplica à atual conjuntura social do Brasil. Isso pode ser explicado por meio do legado deixado pelos jogos olímpicos, na cidade do Rio de Janeiro, o qual deixou lastimáveis consequência para a sociedade. Desse modo, a população, principalmente os mais pobres, sofre com a ineficiência dos sistema de saúde e educação, por exemplo. Diante disso, as causas dessa problemática são a negligência estatal, bem como a falta de gestão por parte do Estado.       A priori, o governo priorizou investimentos na construção de estádios para sediar o evento em detrimento do investimento em setores essenciais para o desenvolvimento da sociedade. Assim, os direitos, garantidos na Constituição Federal, de acesso á educação, saúde, transporte e outros setores fundamentais são deixados de lado. Por conta disso, houve um agravamento dos problemas sociais brasileiros, em que milhares de pessoas morrem, diariamente, aguardando atendimento nos hospitais, a exemplo. Tal cenário brasileiro está em oposição ao lema da bandeira brasileira, o qual deixa explícita a ideia de que se deve resolver os problemas e progredir, gradativamente.       Em segundo plano, o Estado gastou bilhões de reais para construção de obras que, atualmente, estão praticamente abandonadas. Isso é um desrespeito à população, pois, segundo a teoria de John Locke, esta transferiu seus poderes a um órgão superior, que teria como função garantir a homeostase social, o que não acontece na prática. Nessa linha de raciocínio, se o governo já utilizou recursos que deveriam ser utilizados na educação e saúde, o mínimo que ele poderia fazer é garantir a reutilização dessas obras para minimizar os efeitos do dano ocasionado.        Torna-se evidente, portanto, que o legado deixado pelas olimpíadas foi prejudicial à sociedade. Dessa forma, o Estado deve aumentar os investimentos em educação, saúde e segurança, por exemplo, a fim de garantir a possibilidades de uma vida digna, por parte dos afetados. Para isso, deve utilizar da excessiva carga tributária e investir, principalmente, na educação, pois como dizia Paulo Freire: "Se a educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tampouco a sociedade muda". Ademais, o governo, em parceira com ONGs, deve utilizar dos locais praticamente abandonados para estimular ações sociais, como garantir moradia aos desabrigados, aproveitamento para implementação de escolas, além de atividades de lazer.