Enviada em: 13/08/2017

Vindas de qualquer lugar e escritas por qualquer pessoa, notícias se espalham através de meios de comunicação em massa e, com a chegada da internet, são compartilhadas em uma velocidade surpreendente, até que atingem milhares de cidadãos. Ao primeiro ver a situação pode parecer agradável, mas dentre essas notícias se encondem histórias inventadas capazes de colocar o leitor dentro de um cenário de conforto ideológico, catastrófico ou qualquer outro que possua o interesse da maioria e faça a notícia receber muitos cliques e compartilhamentos. Tal situação faz com que os autores de tais textos recebam grande lucro e até mesmo influenciem quem lê, de forma que pode mudar negativa e significativamente a vida de indivíduos envolvidos na história e os culpados não são somente os escritores, mas também quem espalha a farsa.      Em 2016, o médico Drauzio Varella enfrentou problemas com uma notícia falsa envolvendo o seu nome. Foi um vídeo que dizia que o número de casos de câncer de tireoide em mulheres crescia por conta da realização de mamografias. Foi passada a informação de que tal médico tivera afirmado a relação. Foram vários anos tentando convencer as mulheres de que a mamografia é importante e deve ser realizada e, em poucos dias, a notícia falsa já é acessada por vários internautas.   Se os produtores da farsa não tivessem usado um tom alarmante, não haveria tantos compartilhamentos. Por outro lado, se não houvesse quem compartilhar, não haveria internautas publicando mentiras e não existiria esse problema. Postagens enganosas alcançam tão grande dimensão por conta de uma corrente de usuários de rede que não verificam a veracidade das informações. Divulgar notícias falsas na internet pode levar à prisão, por injúria, calúnia e difamação, mas a quantidade de sites que continuam circulando e espalhando inverdades é enorme. Por isso, algumas medidas devem ser tomadas o mais breve possível.      É preciso denunciar notícias falsas de forma mais simples para que a lei possa ser cumprida com excelência, como um site de denúncias produzido pelo Ministério das Comunicações no Brasil, modelo que também pode ser aplicado no resto do mundo. Grandes fontes de informação (redes sociais como o Facebook e grandes sites de notícia como CNN) também podem contribuir, conscientizando os leitores e usuários sobre o risco de boatos na rede e ensinando como fazer a denúncia. Deve-se partir em direção à democracia digital.