Enviada em: 08/07/2018

Em Quarto de Despejo, a escritora Carolina de Jesus revela o quanto as crianças são influenciadas pelo ambiente em que vivem e pelos acontecimentos que as rodeiam. Observa-se, desse modo, que em um ambiente em que o álcool faz presença, muitos jovens aderem a esse consumo. É necessário, com isso, observar as consequências desse consumo entre jovens no Brasil que vão desde os problemas de curto prazo aos de longo prazo.       A priori, nota-se que o consumo de álcool, em qualquer idade, causa a dependência química nos instantes após o consumo, fato intensificado no organismo de jovens. Isto posto, entende-se que, devido aos efeitos intensificados do álcool, as bebidas alcoólicas levam a várias outras problemáticas como uso de drogas, violência ou, até mesmo, óbito. Com isso, é inegável que o álcool é origem de outras mazelas, assim como observado no filme “Última parada 174” que retrata a vida de um jovem que entra no mundo das drogas e do álcool e, posteriormente, do crime. Desse modo, observa-se a relação entre o álcool e a ascensão de outras complicações, de modo que faz-se necessário a aplicabilidade da lei que proíbe a bebida aos menores de idade.       Em um olhar mais amplo, convém frisar que há problemáticas em longo prazo no consumo de álcool na adolescência, como danos ao desenvolvimento neurológico ou doenças relacionadas ao álcool. Isto é, a ingestão de bebidas alcoólicas em um corpo ainda em formação afeta, indubitavelmente, de maneira mais acentuada os órgãos do corpo e revelam um problema preocupante na sociedade, uma vez que, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, 7 em cada 10 adolescentes entre 13 e 15 anos já experimentaram bebida alcoólica. Entende-se, dessa maneira, que, devido à falta de conscientização e conhecimento por parte da população, há esse consumo maléfico à comunidade jovem.        Compreende-se, pois, que, seja em virtude dos efeitos em curto prazo, seja em razão dos efeitos em longo prazo, a bebida alcoólica em idade precoce é uma problemática preocupante. Dessarte, urge que o Ministério da Educação, junto com a Polícia Militar, amplie a atuação do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência(PROERD) para além das escolas e institua modos lúdicos de ensino – teatros, propagandas, atividades, campanhas, entre outros-como forma de reduzir a origem do problema. Concomitantemente, é importante a atuação do Ministério Público em fiscalizar os ambientes de venda de bebidas para que, desse modo, a bebida não seja de tão fácil acesso como atualmente. Dessa forma, o Brasil tornar-se-á um país em que a juventude não se torne, assim como na obra de Carolina de Jesus, representante das mazelas sociais.