Enviada em: 08/08/2018

O consumo de álcool no Brasil dispõe de origem remota. No período colonial, o cultivo da cana-de-açúcar permitia a extração de uma bebida alcoólica bastante popular tanto entre escravos africanos, como entre colonos portugueses — a aguardente. Cinco séculos depois, tais hábitos ancestrais perpetuam-se e refletem um impasse enraizado na sociedade brasileira: o atual aumento do consumo de álcool e drogas entre os jovens representa uma questão alarmante que pode ocasionar uma série de problemas não só à saúde física e psicológica, como à prática comportamental — muitas vezes displicente — desses indivíduos, tornando imprescindível a mobilização para a atenuação do impasse.    Nesse sentido, é indiscutível que o aumento do consumo de álcool e drogas proporciona inúmeros riscos à saúde dos jovens. Tais prejuízos tornam-se ainda mais contundentes ao considerar-se a idade desses usuários, — muitos possuem menos de 18 anos — os quais, por encontrarem-se em fase de desenvolvimento físico e mental, são mais suscetíveis ao aparecimento de sequelas cerebrais, a longo prazo, provocadas pelo consumo dessas substâncias. Segundo dados da Sociedade Brasileira de Pediatria, a ingestão precoce de álcool é a principal causa de morte entre jovens. Outrossim, pode-se ressaltar o comprometimento à saúde psicológica de adolescentes usuários de drogas lícitas ou ilícitas, as quais podem potencializar transtornos como a depressão e a ansiedade e, assim, ocasionar o isolamento desses indivíduos, evidenciando o poder destrutivo dessas substâncias.    Concomitantemente, a questão possui ligação direta com problemas de âmbito social, na medida em que, sob efeito de drogas, jovens tornam-se mais suscetíveis a apresentarem comportamento imprudente e descuidado, como a prática de sexo desprotegido, tornando-se vulneráveis à gravidez precoce, além de, até mesmo, arriscarem a vida de outras pessoas ao dirigirem embriagados e, por vezes, provocarem acidentes. Analogamente, a série "Skins" ilustra essa problemática ao retratar um grupo de adolescentes do Reino Unido que, por ingerirem constantemente álcool e drogas, apresentam conduta irresponsável e perigosa. Desse modo, é indubitável que o uso de entorpecentes acarreta tendências negativas ao comportamento da parcela jovem.    Portanto, medidas são necessárias à resolução do impasse. Cabe ao MEC realizar projetos nas escolas que envolvam a participação das famílias dos alunos, com a instituição de palestras, ministradas por médicos, que informem-nas acerca dos riscos do consumo precoce de drogas, a fim de estimular o exercício de maior controle sobre seus filhos e, assim, evitar a prática. Ademais, o Governo Federal deve garantir a aplicação da lei que proíbe o uso de álcool por menores de 18 anos, fiscalizando bares, a fim de minimizar a ingestão de bebidas alcoólicas entre crianças e adolescentes.