Enviada em: 01/08/2017

Ao descortinar o século XX, a Contemporaneidade, marcada pela modificação das relações interpessoais e dos modos de vida, permitiu a progressiva intensificação do consumo de álcool e de drogas ilícitas. Nesse viés, os jovens tornam-se os protagonistas ao romperem com a efetividade das leis constitucionais, criando prejuízos ao desenvolvimento e configurando, assim, um problema social no Brasil.             Em primeira análise, é válido ressaltar os efeitos do consumo de drogas. A essa conjuntura, relaciona-se a queda da qualidade de vida diante dos prejuízos ao organismo e da suscitação do vício condicionado. Em corolário a isso e sob a ótica comportamental, as alterações psicológicas decorrentes da toxicidade das substâncias podem atuar como motivadores dos conflitos entre os adolescentes e os pais e entre amigos, além de induzir as atitudes irresponsáveis como a violência, ocasionais acidentes e relações sexuais desprotegidas, com a transmissão de doenças. Segundo dados do IBGE, mais da metade dos jovens com menos de 18 anos de idade já consumiram álcool ao longo da adolescência.             Na esteira do processo de manutenção e intensificação do consumo de drogas pelos jovens, alude-se ao papel da mídia e à displicência dos pais e órgãos responsáveis. Isso porque, como disse o filósofo Rousseau, o homem nasce livre e por toda parte encontra-se acorrentado e, alinhando-se a isso, Adorno, sociólogo que estudou a Indústria Cultural afirma que a mídia cria estereótipos que tiram a liberdade de pensamentos do indivíduo, forçando imagens errôneas. Destarte, os jovens adequam-se ao consumo de drogas como forma de inclusão aos padrões impostos. Equiparado a isso, a falta de cumplicidade da lei que proíbe a venda de bebidas alcoólicas para adolescentes aliado à negligência dos pais e responsáveis são determinantes para a sustentação dessa realidade.             Torna-se evidente, portanto, os riscos relacionados ao aumento do consumo de drogas pelos jovens. Sendo assim, é primordial que as responsabilidades sejam compartilhadas entre os segmentos do Poder Público, escolas, mídia e sociedade. O governo deve propor a fiscalização atuante, eficaz e permanente nos estabelecimentos comerciais, com as devidas aplicações de multas. Ademais, é imperioso que as escolas suscitem a mudança de comportamentos dos jovens com palestras, seminários, debates em salas de aulas e orientação aos familiares, envolvendo equipes multiprofissionais da educação e da saúde. A mídia precisa empregar o engajamento ficcional para trabalhar o vício, em novelas, simulações e propagandas publicitárias. A articulação dessa pluralidade em parceria com o monitoramento da sociedade é impreterível para a mitigação do consumo de drogas pelos jovens.