Enviada em: 03/08/2017

Álcool: a "porta de entrada" sem saída     No período colonial brasileiro, um episódio conhecido como "revolta da cachaça" chamou atenção da metrópole portuguesa, pois, este caracterizou-se pela insatisfação dos revoltosos contra a manutenção do monopólio do vinho português. Embora presente na raiz histórica do país, o consumo de álcool - principalmente entre jovens - se destaca por servir como "porta de entrada" para o mundo das drogas ilícitas. Sob essa ótica, vale ressaltar a falta de conscientização familiar e a ineficiente fiscalização da venda ilegal de bebidas como principais fatores da problemática em questão.     Pesquisas do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontam que 70% dos adolescentes entre 13 e 15 anos já experimentaram bebidas alcoólicas, dentre esses 10% já usaram drogas ilícitas. Dessa forma, torna-se evidente que uma conexão entre as duas substâncias está se estabelescendo. No entanto, apesar de ser prejudicial para os jovens, a problemática é pouco debatida em âmbito familiar e em alguns casos influenciada pelos próprios pais. Isso ocorre porque o consumo de álcool na frente dos filhos pode leva-los a experimentar a bebida e, assim, contribuir para a entrada precoce em problemas como vício e doenças que pela fala de consciência formada aumentam as chances de ocorrência.      Ademais, a venda de bebidas alcoólicas para menores de idade é frequentemente observada, embora na teoria (lei) essa seja proibida, na prática não é o que acontece. A ocorrência desse fato se deve , principalmente, à falta de fiscalização do Poder Executivo, "a lei só não basta" afirmou Ana Cecília Marques - presidente da Abead (Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas). Além disso, após causar a popularização do álcool entre os adolescentes a pressão social de grupos de amigos aumenta, ou seja, devido ao consumo pela maioria, os que não bebem acabam cedendo à influência. Nesse contexto, já afirmava o sociólogo francês Émile Durkheim: "o homem, mais que formador da sociedade, é um produto dela", certificando a influência do meio social no individual.     Destarte, é imprescindível a união da sociedade e do governo visando erradicar a problemática. Haja vista os fatores em âmbito familiar, é necessário uma parceria da mídia com ONGs que leve informação sobre os problemas enfrentados com a ingestão precoce de álcool para as casas da população brasileira por meio de propagandas, telejornais e novelas. Outrossim, o Poder Executivo deve criar um departamento especializado em lidar com a venda ilegal de bebidas alcoólicas, além de aumentar a fiscalização e incentivar a sociedade denunciar estabelecimentos que a vendam.