Enviada em: 12/05/2017

O processo de divisão do trabalho em tarefas especificas durante a Revolução Industrial, como o Taylorismo, causou modificações no cenário urbano e cotidiano dos indivíduos. Nesse âmbito, a expansão da industria e as inovações tecnológicas tornaram a vida mais prática e eficiente no trabalho. Na sociedade do século XXI, essa evolução interfere no estilo de vida das pessoas, nos locais de trabalho e na mobilidade urbana, o que se converteu num dos maiores problemas de saúde pública no mundo: o sedentarismo.       A perspectiva de tempo adotada como moeda de produtividade estabeleceu parâmetros na forma de uso dele pelo individuo. A inatividade corporal, nesse contexto, durante as execuções de tarefas, como ficar sentado em frente a um computador e a falta de exercícios físicos, contribui com o sedentarismo. Nesse sentido, segundo o Ministério do Esporte (ME), essa conduta atinge cerca 45,9% da população brasileira, em particular a classe trabalhadora. Em consequência disso, associada à má alimentação, cria-se um quadro de lesões por esforço e doenças crônicas - diabetes, hipertensão, obesidade - e cardíacas, sendo essas as maiores causas de morte no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Dessa forma, os hábitos constituídos por essa sociedade ameaçam tanto o desempenho no trabalho, bem como a saúde dos indivíduos.       O desenvolvimento automobilístico permitiu que os carros se tornassem o principal meio de transporte, ocupando maior espaço no meio urbano. Nessa perspectiva, as vias de locomoção foram projetadas para um maior fluxo de veículos, excluindo o espaço para pedestres e outros meios de condução que beneficiem a atividade física, como a bicicleta. Em vista disso, a cidade de São Paulo adaptou suas vias com a introdução de ciclovias, destinadas para passagem dos ciclistas, a fim de criar alternativas para melhorar mobilidade da população.       Desse modo, as intervenções devem ser direcionadas a uma adoção de um estilo de vida pautado em hábitos saudáveis que evitem o sedentarismo. Para tal fim, as empresas devem implantar a ginástica laboral, que consiste na prática de exercícios físicos durante pequenos intervalos, com o intuito de minimizar o desgaste gerado pelo trabalho à saúde dos empregados. A exemplo da cidade de São Paulo, os municípios devem incorporar ciclovias e ampliar o espaço para calçadas e faixas para maior circulação dos pedestres. Dessa forma, constituir práticas saudáveis permitirá melhores condições na qualidade de vida dos indivíduos e no progresso do país.