Enviada em: 18/06/2018

A segregação física da sociedade brasileira em decorrência de seu poder aquisitivo, é um fenômeno social observável com maior notoriedade a cada ano. Entender a relevância desse advento é compreender a fragilidade da Democracia brasileira e relacionar o fenômeno em questão com a perpetuação de preconceitos no país.  Originária na Grécia Antiga, a Democracia tem por símbolo o princípio de isonomia, no qual todos são iguais perante a lei. Conforme a Constituição vigente, todos os brasileiros têm direito a uma educação, saúde e lazer de qualidade. Todavia, atualmente, observa-se uma separação entre indivíduos que, teoricamente, são iguais. Pode-se mencionar, por exemplo, a "camarotização" da educação, onde crianças de diferentes rendas frequentam diferentes escolas, e a circulação de transportes seletivos, que dispõem de maior conforto e segurança, mas que não são acessíveis a todos.  Outro problema ocasionado por essa diferenciação é a perpetuação de estereótipos e preconceitos raciais na sociedade brasileira. Haja vista que a maior parte da população de baixo poder aquisitivo no país é composta por pessoas negras, essa divisão estimula a permanência da mentalidade racista, em que o negro é visto com estranheza quando ocupa espaços que, historicamente, lhes foram negados. Um exemplo para o exposto, são os chamados "rolezinhos". Eventos nos quais pessoas que não possuem seu direito de lazer respeitado, encontram-se em ambientes elitizados.  Destarte, objetivando legitimar os direitos previstos em lei aos cidadãos, o Ministério da Fazenda deve destinar uma maior parcela dos fundos arrecadados aos setores públicos do país, visando a capacitação de profissionais e a melhoria da infraestrutura dos espaços. Ademais, mostra-se importante, também, a realização de programas de intercâmbio entre escolas de diferentes classes sociais, promovidos pelo Ministério da Educação. Dessa forma, crianças inseridas em diferentes contextos desenvolverão uma visão crítica da atual realidade do Brasil.