Enviada em: 25/06/2019

Com base na premissa de Modernidade Líquida, do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, é evidente que a globalização trouxe grandes transformações sociais aos indivíduos. Entretanto, essas mudanças pautadas no individualismo e no consumismo acabaram por promover uma camarotização da sociedade e, por consequência, a segregação das classes sociais no Brasil. Assim, é necessário discutir os aspectos individuais e sociais da questão, em prol de mitigar tal marginalização.    Primeiramente, é notório que a falta de convívio social entre pessoas de classes diferentes compromete a percepção da realidade comum pelo individuo, inserindo-o em uma bolha social. Nesse sentido, é perceptível ,através do conceito de Individualismo Metodológico do intelectual Max Weber, que o sujeito passa a criar suas próprias crenças e tolerâncias e se desvincula do grupo social como um todo. Dessa forma, o individuo concebe sua própria rede de afinidades com outros indivíduos de pensamentos similares e realidades parecidas e acaba por tomar essas como verdades absolutas, distanciando-se do cotidiano dos demais cidadãos. Logo, garantir diversidade de ideias no cotidiano das pessoas é vital para torná-las mais conscientes e empáticas à realidade alheia.      Ainda sob esse viés, segundo o filósofo sul-coreano Byung-Chu Han, a sociedade moderna vive um estado de alienação e queda em seus valores morais. Sob essa análise, entende-se que o sujeito, ao estar imerso nesse espectro alienante, tende a aceitar de forma automática as transformações impostas pela globalização, deixando de serem cidadãos para se tornarem consumidores. Assim, a segregação daqueles com pouco poder aquisitivo torna-se inevitável em consequência da camarotização de ambientes antes tidos como comuns, como aeroportos e estádios de futebol. Dessa forma, compreende-se que uma mudança de hábitos consumistas e uma inspeção dos valores morais e sociais se torna necessária para conter tal problema.   Portanto, afim de atenuar o problema de segregação das classes sociais no Brasil, cabe ao Governo Federal viabilizar a exibição de propagandas, na televisão e também na internet, por meio de contratos com emissoras televisivas e parcerias com influenciadores digitais, como "youtubers" e "instagrammers", aonde seja mostrada as mais diversas realidades das classes sociais de forma didática e acessível à todos os públicos,  com a finalidade de desvincular as pessoas de suas bolhas sociais. Além disso, cabe ao Ministério da Educação proporcionar rodas de conversas nas escolas, mediante a capacitação dos professores para tal atividade, para incentivar a nova geração à uma mudança dos hábitos consumistas e o reaprendizado dos valores morais. Assim, espera-se que os consumidores tornem-se cidadãos novamente e a modernidade possa motivar uma geração sólida.