Enviada em: 18/06/2017

Apartheid líquido     Segregação social denota separação, marginalização, distanciamento, desvalorização de algo ou alguém considerado inferior. É um processo inerente ao capitalismo que gera: preconceito, marginalização, isolamento social e pressupõe o afastamento de grupos dentro da sociedade.     Sabe-se que ocorre em virtude de fatores como raça, poder aquisitivo, religião, educação, nacionalidade ou qualquer outro fator que possa servir como meio de discriminação. Pode-se mencionar por exemplo, a divisão social de espaços para quem possui bens de capital e outros que ficam à margem. O cidadão passa a ser visto como consumidor e por meio do consumo, obtém os meios de interação com a sociedade.     Assim, são criados novos espaços dentro da cidade, as áreas vips, a camarotização social, o "apartheid" contemporâneo. Resultado do que Zygmunt Bauman, chama de "modernidade líquida". Realidade caracterizada pela fragilidade, imediatismo e capitalização nas relações. Nela, os meios de comunicação e as redes sociais estimulam absurdamente o consumo, com imagens e propagandas a cada segundo. Contribuindo para o exibicionismo adotado pela elite e criando uma comunidade onde ter é mais importante que ser.     Levando-se em consideração esses aspectos, para o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade é um organismo vivo e precisa do funcionamento pleno e estável de todos os órgãos a fim de que patologias não sejam formadas. Dessa forma, para manter o equilíbrio do grupo a solução é a tolerância e a busca de um modelo em que todos os direitos sejam universalizados e não privilégios de poucos. Segundo Nelson Mandela, líder que lutou contra o sistema de apartheid na África do sul, a educação é a arma mais poderosa para mudar o mundo. Portanto, oferecer uma educação de qualidade e acessível a todos é o caminho mais adequado, uma vez que é inviável exigir uma sociedade democrática, quando a formação do indivíduo é dada a partir de uma segregação.