Enviada em: 25/09/2017

Novo apartheid     O filósofo Zygmunt Bauman, diz que a falta de solidez nas ligações políticas, econômicas e sociais é fruto da modernidade líquida. Nesse sentido, a divisão entre classes sociais não é uma ação benéfica à sociedade que deseja ser cada vez mais justa, porém é uma realidade no Brasil. Desse modo, é preciso mudar esse cenário.     A ‘’camarotização’’não é um fenômeno recente na história do Brasil. Considerando vários períodos, Autores como Gilberto Freyre e Sérgio Buarque de Holanda abordaram em suas obras situações de privilégios vividos pelas famílias que tinham melhores condições financeiras. Em contrapartida, ela fere os princípios básicos da democracia, entre os quais a igualdade.      Com isso, um novo apartheid, dessa vez social, tem cada vez ficado mais em evidência. A recusa em dividir espaços, principalmente os públicos, ajuda na construção do muro da segregação social. Prova disso, em 2014, um grupo de moradores de Higienópolis, bairro de classe média alta de São Paulo, resistiu em aceitar que ali fosse construída uma estação de metrô, pois estavam com medo de uma ‘’ invasões de pessoas mais pobres’’. Tal pensamento elitista escancarou um preconceito social que ainda é gritante.     Torna-se evidente, portanto, que a realidade da segregação social ainda é uma problemática atual. Para alterar tal ideia, é preciso a intervenção do setor público a fim de garantir melhores condições às classes mais baixas, promovendo sua ascensão social, como também garantir seus direitos perante a lei. Ademais, os cidadãos devem ser mais ativos politicamente, com o intuito de assegurar uma sociedade mais harmônica e igualitária, na qual todos possam usufruir dos mesmos privilégios, sem que haja nenhuma distinção.