Enviada em: 19/04/2018

Durante a Idade Média a estrutura da sociedade estava alicerçada num modelo estamental excludente que estratificava-se em Nobreza, Clero e camponeses, sendo que estes últimos viviam a margem das cidades, sendo vistos como inferiores e sem direitos. Não obstante, hodiernamente, sabemos que todos os indivíduos tem direitos iguais ;contudo, os entraves da segregação das classes sociais, seja pelo descaso de políticas públicas, seja pela discriminação social, corroboram para uma inadmissível realidade de desigualdades em nosso país.      Em uma primeira análise, deve-se considerar que a discriminação propagada na sociedade contribui para um segregação social no Brasil. Nesse contexto, sobre o prisma do filosofo Foucault, "Normal" seria tudo  aquilo que esta dentro das normas sociais vigentes, já "Anormal", aquilo que é marginalizado ou não tolerado, sendo assim, tudo que foge dos padrões é segregado. Partindo desse raciocínio, a sociedade, por representar um meio social que prepondera padrões e modelos de comportamento como, por exemplo, o modo de se vestir, os locais para frequentar, contribuem para um isolamento das classes sociais, tendo em vista que uma grande parcela da população sem um poder aquisitivo não se adaptam a essas ações socialmente aceitas, repercutindo nos diferentes gestos de preconceitos.         Outrossim, é válido ressaltar o descaso das políticas públicas como impulsionador do isolamento das classes sociais. Nesse sentido, parafraseando o filosofo Aristóteles, as políticas sociais devem ser utilizadas de modo que, por meio dos direitos invioláveis como a educação e igualdade o equilíbrio seja alcançado. Entretanto, a falta de investimentos nos setores básicos da sociedade, a exemplo, políticas habitacionais e educação de qualidade, principalmente em áreas periféricas, ratifica um desequilíbrio social e um maior exclusão sócio espacial da população. Assim, o precário investimento em tais zonas, além de acarretar em um meio de pobreza, corrobora para os estigmas relacionados a criminalização de tais regiões, que, de fato, intensifica a segregação e o abismo social da população.       É imperativo, portanto, uma sinergia entre o Estado e a população no embate a essa problemática. Assim, cabe ao Estado juntamente com as Secretarias Municipais de cada região, proporcionar uma restruturação no seu espaço social, principalmente em áreas mais carentes, por meio de investimentos em moradias, educação e saúde, bem como incentivar a construção de espaços públicos culturais acessíveis a todos, a fim de diminuir o isolamento dessa população. Concomitantemente, passa a ser função do Ministério da Educação em parceria com as escolas, induzir através de palestras, seminários, e trabalhos um pensamento embasado no altruísmo e respeito as diversidades sociais, adaptando a capacidade de  compreensão de cada série.