Enviada em: 28/06/2017

A solução realmente é apenas prender?             Relativo ao sistema carcerário do Brasil é válido salientar que devido a ideia de boa parte da população de que o crescimento da violência deve ser combatida com o aumento do número de prisões tem levado os presídios do país a superlotação, evidenciando assim diversos problemas, como a guerra entre facções dentro das penitenciárias.    Segundo dados do FPSP (Fórum Brasileiro de Segurança Pública) em aproximadamente 10 anos o número de homicídios no Brasil cresceu cerca de 22%, enquanto a população carcerária no mesmo período aumentou em mais de 300%, ou seja, possui mais pessoas presas do que realmente deveria existir, pois dos mais de 607 mil detentos atualmente, aproximadamente 90 mil serão absolvidos ou pagarão penas alternativas.    Sendo assim, a superlotação dos presídios evidencia e cria diversos problemas, como: a ineficiência do sistema judiciário que leva muito tempo para jugar um indivíduo,além disso faz com que a reinserção das pessoas na sociedade seja mais difícil, pois quanto mais indivíduos presos maior as chances de aliciamento por parte do crime organizado, aumentando mais ainda a violência.    Outro aspecto a ser considerado são os dos conflitos internos entre as próprias facções criminosas. Em 2017, apenas nos primeiros meses, mais de 100 detentos foram mortos, o principal causador desse problema está na falta de infraestrutura das casas de detenção, por exemplo, mal remuneração e treinamento dos agentes penitenciários, que são despreparados para agir em situações de rebelião e não conseguem evitar a morte das pessoas.    É necessário, portanto, para diminuir o problema das penitenciárias brasileiras, o Estado agir em duas frentes: primeiramente, o Poder Judiciário deve realizar mutirões de julgamentos para agilizar o resultado das sentenças e assim diminuir a quantidade de presos, em segundo lugar, melhorar a capacitação e os salários dos agentes de segurança, para que assim possam trabalhar melhor na garantia do bem-estar da população.