Enviada em: 07/07/2017

Podemos perceber que o sistema penitenciário do Brasil se encontra em uma situação degradante. A falta de base e assistência adequada dos encarregados e a pouca compreensão de coletividade em acolher os detentos e ex detentos tornam a reparação e integração destes indivíduos quimeras. Além disso o planejamento da construção das prisões e a distribuição dos reclusos favorecem a propagação do conhecimento sobre o crime.    No que se refere ao complexo prisional pode-se afirmar que o Brasil é o quarto país com a maior população carcerária do mundo. Os presos vivem em um regime fechado de superpopulação e deterioração das celas e até a falta de água potável prova a omissão de subsídio a integridade humana visto que eles firmam uma luta de sobrevivência diária. O período de reclusão torna-se uma tortura sem sinais de tentativa explícita de reabilitação.Nesse sentido, a abdicação da responsabilidade das autoridades em manter a ordem, segurança e suporte nos presídios transforma a reinserção do preso na sociedade ilusória devido a ausência de empregos que o aceitem e a condenação do corpo social.        Somado a isso, podemos dizer que a má estruturação das cadeias resulta em uma perigosa fusão de condenados com penas e crimes diferentes em uma mesma cela ou ala. Essa combinação transforma os presídios brasileiros em escolas da criminalidade, onde a falha na recuperação dos detentos acaba por converter-los em produtos do meio onde vivem, em que um em cada quatro ex condenado volta a cometer um delito no prazo de cinco anos, segundo uma pesquisa do IPEA ( Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).    Portanto, é necessário uma reformulação no sistema prisional que consista em concentrar-se na habilitação do indivíduo, na qual ele possa contribuir com a sociedade dentro e fora da cadeia. O governo deve investir em extensão para evitar a lotação, bem como o Departamento Penitenciário Nacional pode promover uma regulamentação quanto a organização dos reclusos de acordo com uma classificação apropriada. Além disso, atividades pedagógicas ou esportivas, intermediadas por ONGs (Organização Não Governamental) darão aos detentos a oportunidade de reintrodução social assim como a capacitação profissional que irão necessitar ao fim da pena.