Enviada em: 18/07/2017

Na obra "Carandiru", do médico e escritor Drauzio Varella, há o relato do cotidiano dos presídios brasileiros, com ênfase, obviamente, ao presídio Carandiru. Acesso à ilícitos, desenvolvimento de técnicas de criminais, comércio interno e tratamento desumano e degradante são rotinas na obra dos anos 90. Vinte anos se passaram, medidas importantes  de reparo foram tomadas, contudo as práticas persistem.     Primeiramente, é relevante ressaltar, foi criado uma "sociedade paralela criminal" dentro dos presídios brasileiros. A qual há existe, num primeiro momento, acesso à bens de consumo que são comercializados como televisões, rádios, celulares e alimentos diversos. E, devido essa primeira linha de acesso,  os presidiários começaram a ter acesso à drogas e armamentos que são igualmente comercializadas devido à demanda de usuários e facções antagônicas.    Outro fato relevante, é que, a partir de estabelecido essa sociedade paralela, há uma evolução das práticas criminais com a troca de experiência entre detentos, contribuindo, diretamente, contra à ressocialização do  indivíduo, gerando impactos na sociedade com o aumento do crime, a evolução das facções criminosas e dificuldade da polícia à se adequar com as novas técnicas criminais.    Por outro lado, existem práticas que surtem pequenos efeitos, mas precisam de maior incentivo, como a APAC - Associação de proteção de assistência ao condenado, criada pelo Juiz criminal Juarez Morais,  na qual presos condenados e de bom comportamento "gerenciam" o presídio e que, ao menor desvio de conduta,  voltam para o sistema prisional comum, tendo na APAC acesso à tratamento humano e reaprendendo a conviver em sociedade.  Há também incentivos fiscais atualmente às empresas que se instalam nos presídios, porém, a prática é pouco difundida, gerando  mínimos resultados.    De modo exposto, vimos que há uma verdadeira prática delituosa atuando de forma endêmica nos presídios brasileiros, entretanto,  existem ações de correção não muito impulsionadas. Logo, é mister uma ação  governamental no sentido de estabelecer leis e decretos que exijam a criação do Estado de mais APACS, é preciso, também, dura mudança na legislação para a aplicação de pena aos criminosos flagrados em presídios com ilícitos, assim como a punição adequada aos agentes corruptos. Outro ponto relevante, é a criação e  difusão em peças midiáticas de programas de incentivo às empresas que se estabeleçam nos presídios. Tais ações combaterão à criminalidade de dentro para fora, fazendo a sociedade um lugar melhor e concedendo aos condenados uma segunda, e real, chance de viver .