Enviada em: 01/09/2017

Bandido bom é bandido ressocializado.   Amazonas. Minas Gerais. Paraná. As rebeliões das penitenciárias desses estados mostram que a crise prisional está generalizada pelo país. Tendo a quarta maior população carcerária do mundo, os presídios brasileiros se transformaram em amontoados de criminosos e estão distantes de promover a reinserção social adequada destes.   Em primeiro lugar, é necessário analisar uma das causas dessas superlotações. Aproximadamente 40% dos detidos ainda aguardam julgamento devido à burocracia do sistema e ao baixo número de defensores públicos disponíveis. Estima-se que a quantidade destes funcionários não supre um terço da demanda, o que contribui grandemente aos atrasos e formação de pilhas de processos parados, uma vez que a maioria dos presos não possuem condições de pagar advogados. Assim, aumentando essa população ocorre também a mistura de criminosos, acarretando em outro problema grave: a formação de gangues.  Esse processo é justificado também pelo ócio dos detentos. Nesse contexto, o ditado popular "cabeça vazia, oficina do diabo" ganha aplicação. Desocupados, os prisioneiros constantemente se envolvem em disputas, as quais os levam a formar alianças para se livrar. Entretanto, estas agravam as richas e, assim também, torna o ambiente mais perigoso tanto para os integrantes quanto para os servidores responsáveis pela manutenção dos presídios. Fica claro, portanto, que o sistema carcerário brasileiro tem que superar muitos obstáculos. Para isso, é preciso que o Governo Federal e o Departamento Penitenciário Nacional melhore as condições de vida dos presos por meio da contratação de defensores, construção de novas instalações e promoção de políticas que ofereça educação e experiências úteis para o retorno dessas pessoas à sociedade, como cursos técnicos e trabalhos em troca de redução na pena. Fazendo isso, não estarão apenas extinguindo episódios como o de Manaus da mídia mas fornecendo uma chance de uma vida nova.