Enviada em: 02/08/2017

De acordo com o Nelson Mandela, uma sociedade não deve ser julgada pela maneira como trata seus cidadãos mais notórios, mas pela maneira como trata seus membros mais vulneráveis. Nesse sentido, a maneira como os milhões de aposentados no país são tratados reflete a civilidade da nação. Dessa forma, é imprescindível refletir sobre a reforma da previdência e seu impacto no tecido social.         É indubitável que a previdência social necessita ser reformulada, haja vista transformação demográfica no país. Segundo a perspectiva marxista, uma elevação no padrão devida ocasiona uma redução no número de filhos por casal. Nesse sentido, podemos observar que a teoria do sociólogo se confirma no Brasil, onde a recente elevação no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) desacelerou a taxa de crescimento da população. Tal fenômeno, porém, tem como consequência negativa uma acentuação no déficit da previdência, visto que um menor número de jovens é responsável por contribuir para um maior número de idosos.         Outrossim, a reforma da previdência não pode ser aprovada como um duro pacote de austeridade, sob pena de prejudicar ainda mais os cofres públicos. Segundo o editorial da revista Exame, se muito severa, a mudança aumentará os gastos do Estado, haja vista que mais idosos dependerão do atendimento no Sistema Único de Saúde. Soma-se a isso o aumento no desemprego que a reforma causará, visto que postos de trabalho que seriam desocupados continuaram preenchidos devido ao aumento na idade mínima de aposentadoria.        Infere-se, portanto, que uma reestruturação do sistema previdenciário é essencial, contudo, precisa ser elaborada de maneira responsável. Sendo assim, o texto base a ser aprovado pelo Congresso Nacional deverá estabelecer um aumento na contribuição previdenciária, porém, não deve alterar a idade mínima para aposentadoria a fim de evitar uma redução nas vagas de emprego. Além disso, o Governo Federal deve isentar aposentados de tributos referentes a saúde, transporte e alimentação, com o intuito de ampliar o poder de compra das aposentadorias. Assim, poder-se-á transformar o Brasil em um país mais justo socialmente.