Enviada em: 28/05/2017

De acordo com a bacteriologia, os antibióticos são compostos capazes de interferir no crescimento bacteriano. Portanto, à medida que agem nas bactérias, as mesmas vão se tornando cada vez mais resistentes, podendo levar a uma superbactéria imune aos antibióticos. Nesse sentido, as indústrias farmacêuticas utilizam desses remédios com fins lucrativos e ganham um espaço cada vez maior no mercado. Diante disso, torna-se passivo de discussão, as causas e consequências provenientes do uso irracional desses medicamentos por considerável parte da população.     Primeiramente, há de se pontuar que desde que o acesso a internet se tornou mais fácil, é recorrente o uso de sites destinados à saúde, que possuem uma espécie de “guia de sintomas online” influenciando diretamente à postura do indivíduo quanto a automedicação. Doenças como gripe e dor de cabeça são manipuladas pela esfera popular que obtém, de maneira simples, diversos antibióticos como solução para o alívio imediato. A facilidade na obtenção de receitas médicas é um dos motivos que configura o problema, visto que de acordo com a OMS, em todo o mundo, 50% dos pacientes tomam medicamento de forma incorreta.      Em segundo lugar, é importante ressaltar que, as indústrias farmacêuticas estão criando cada dia mais um número maior de antibióticos, como uma estratégia médica para driblar a resistência das bactérias no corpo humano. Sendo um ramo da economia muito forte no Brasil, tendo alcançado segundo dados da GlobalData, um valor de mercado de 29,4 bilhões, essas indústrias, ganham um enorme espaço no mercado, influenciando decisões e atuando diretamente nas prescrição de receitas médicas. Essa realidade inconveniente sobre a indústria de remédios deve ser colocada em pauta quando a criação de uma superbactéria é analisada como uma problemática.         Entende-se, portanto, que medidas são necessárias para a resolução desse impasse. Cabe ao Ministério da Saúde efetivar as medidas propostas no plano de ação do Comitê Nacional para a Promoção do Uso Racional de Medicamentos (URM) para que assim, a informação, a regulação, a pesquisa e a educação sejam devidamente cumpridas nesse quesito. Além disso, cabe ao MEC em parceria com instituições publicitárias, criar palestras, propagandas, fóruns e debates a fim de informar à população acerca da automedicação e suas consequências. Só assim, será possível mudar o quadro em que a população brasileira se encontra.