Enviada em: 15/08/2017

A automedicação é um problema de saúde pública no Brasil e segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 50% da população administra medicamento sem prescrição médica. Esse hábito tornou-se cada vez mais comum entre os brasileiros, pois é mais prático automedicar a que procurar um médico. Cabe, nesse aspecto, aprofundar uma análise acerca dos transtornos enfrentados em torno da automedicação, como o risco de intoxicação, aumento na resistência de microrganismos e o agravo da doença. Sabe-se que esse contexto desafia em sua magnitude a sociedade brasileira, e abordar essa temática é de grande valia para os interesses sociais da contemporaneidade. Torna-se imperante entender que o ato de automedicar é visto como uma solução de alívio imediato para a manifestação da doença, mas pode desencadear reações adversas graves como a hipersensibilidade, intoxicação e até mascarar alguns  sintomas de doenças que pode levar ao óbito. Sendo assim, o uso irracional de medicamentos como os antimicrobianos, ocasionou a seleção de bactérias multirresistentes a tratamentos farmacológicos, e são inúmeras causas que corroboram para o aumentos da resistência, como: administração de doses incorretas, interrupção abrupta do tratamento farmacológico antes do período preconizado pelo médico, e o uso incorreto para tratar doenças não bacterianas. Diante dessa problemática vale salientar que, nos últimos 30 anos não foi desenvolvido pela indústria farmacêutica nenhum fármaco de amplo espectro de ação para combater doenças bacterianas, e a mesma frequentemente estimula a população por meio de propagandas a prática da automedicação, esses fatores potencializaram o crescimento das superbactérias e fortaleceu o ato de automedicar. A Farmacovigilância não fiscaliza com vigência os centros de distribuição de medicamentos e permite a venda de forma irresponsável, o que desenvolve o uso abusivo e compromete a eficácia dos tratamentos farmacológicos. Cabe nessa conjuntura buscar viabilidades, como a Vigilância Sanitária desenvolver ações na área da Farmacovigilância para o maior rigor no controle de uso de antibióticos, e fiscalizar vendas de medicamentos sem receita, incentivar a população por meio de campanhas educativas a não tomar medicamento por conta própria e alertar quanto aos riscos do ato, o Estado proibir a influência de propagandas que influenciam o uso abusivo e irresponsável. A industrias farmacêuticas desenvolver novos fármacos que tem ação contra as superbactérias.  Sendo assim , a automedicação é um ato de irresponsabilidade que compete à todos, pois a humanidade é susceptível a contrair doenças e o uso indiscriminado de medicamentos pode fortalecer ainda mais as características dos microrganismos.