Enviada em: 27/10/2017

O uso inapropriado de antibióticos em diversos setores, desde a agricultura e pecuária até em seres humanos, tem provocado a seleção de bactérias resistentes. Algumas cepas da gonorreia, por exemplo, já são consideradas intratáveis e a questão se agrava, pois não é lucrativo para a indústria farmacêutica ficar tendo que produzir novos antídotos se comparado com a velocidade de surgimento e duplicação de mais superbactérias. Trata-se não apenas de um retrocesso, mas também um risco à existência humana. Infelizmente, no Brasil, a seletividade de superbactérias ocasionada pela automedicação desenfreada dos pacientes, seja pela precariedade do sistema público de saúde, seja pela comodidade na aquisição, requerem assim medidas enérgicas.            Durante a Revolta da Vacina, pessoas não aceitavam a medida profilática por conta dos diversos boatos envolta desta, como por exemplo a causa da varíola sendo ela. Diferente do que ocorria naquela época com a vacina, vê-se um comportamento inverso com os antibióticos, muitas pessoas buscam se automedicar com eles sem  necessidade. Ademais, há ainda os que não fazem o uso correto prescrito pelo médico. Esses dois tipos de comportamentos são as principais razões para o avanço rápido da evolução das bactérias, explicados através da mutação gênica e  da teoria da seleção natural de Charles Darwin, nas quais as espécies mais aptas ao meio ambiente são as que sobrevivem, permitindo que passem seus genes às próximas gerações.             A facilidade na automedicação, no país, pode ser verificada através de sites de busca na internet e aplicativos relacionados a enfermidades. Esses contribuem ao comodismo e até a quadros de diagnósticos equivocados. Soma-se a isso, a falta de rigor nas fiscalizações em algumas farmácias,  promovendo a orientação de fármacos sem a presença do profissional farmacêutico, facilitando a automedicação. Ademais, precariedade do sistema de saúde pública do país pode ser observada através das filas longas, má infraestrutura e carência de profissionais,  fomentando assim a disseminação de bactérias resistentes para a população. Além disso, o avanço tecnológico permitiu as migrações intercontinentais e, concomitantemente, facilitou o surgimento de pandemias.        Portanto, medidas são necessárias para a resolução desse impasse. É fundamental maiores investimentos, por meio do governo, no SUS e em postos de saúde com o intuito de melhorar o atendimento. A Anvisa deve realizar maiores fiscalizações nas farmácias, sites e aplicativos e ser mais exigente com esses, por meio de multas mais altas. Por fim, as escolas e centros comunitários,  através de palestras e campanhas ministradas por médicos, a fim de orientar e a precaver a população dos riscos da automedicação são meios indispensáveis para garantir de saúde do contingente populacional.