Enviada em: 01/10/2017

No início do século XX, o biólogo inglês Alexandre Flaming descobriu o primeiro antibiótico, a penicilina, cuja função é combate diversas doenças causadas por bactérias. Essa descoberta revolucionou o sistema de saúde mundial e ajudou a salvar inúmeras pessoas. Contudo, o que um dia foi considerado a salvação, hoje, torna-se um problema de saúde pública no Brasil, pois, nota-se o uso indevido de medicamentos por parte da população em geral.       Em termos gerais, pode-se dizer que um dos fatores que contribui para que os medicamentos sejam um problema é a cultura de automedicação existente no país. Esse fato é observado ao analisar-se que, constantemente muitas pessoas compram remédios sem prescrição médica, seja por falta de tempo, de dinheiro para pagar uma consulta com um especialista ou, simplesmente, viram uma sugestão de tratamento no Dr Google, que é uma ferramenta virtual de diagnóstico de doenças que não leva em conta as especificações de cada paciente e encobre os riscos da automedicação.     Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) o uso indevido de qualquer medicamento, sobretudo de antibióticos, pode causar  efeito de potencialização das bactérias, cujo material genético sofre uma rápida mutação e se adapta aos compostos do remédio. Com isso, torna-se cada vez mais difícil combater uma doença. Ademais, a automedicação é responsável por cerca de 28% dos casos de intoxicação registrados no Sistema Único de Saúde (SUS), comprovando, portanto, o risco desse comportamento.       Destarte, percebe-se que para reduzir o uso indiscriminado de medicamentos pela população é necessária uma ação conjunta do Estado, da mídia e de instituições de ensino. Ficaria sob responsabilidade do Poder Público investir no SUS e em postos de saúde com o intuito de melhorar o atendimento. Além disso, aumentar a fiscalização em farmácias, em sites e  em aplicativos,  seria de suma importância, atribuindo multas e advertências. A mídia, por sua vez, deveria ser acionada para divulgar  e esclarecer dúvidas sobre os projetos do Estado. Já as escolas poderiam trazer a pauta à tona, realizando palestras apontando os riscos da automedicação com a sociedade em geral.