Enviada em: 09/03/2018

Automedicação é quando há ingestão de medicamentos sem a devida prescrição médica. Ocorre que essa conduta, no que tange aos antibióticos, apresenta riscos em proporções globais - não sendo possível utilizar-se de nenhum tipo de eufemismo para tanto. As superbactérias são consequência do uso de antibióticos de forma inadequada e/ou desnecessária. De acordo com o estudo britânico Review on Antimicrobial Resistance, em 2050 haverão 10 milhões de mortes por infecções bacterianas por ano.       Por meio da Seleção Natural, teoria proposta por Darwin, sabe-se que ao utilizar antibióticos de forma errônea acaba-se por selecionar bactérias resistentes à determinado antibiótico. Dito isto, haverá um momento em que nenhum antibiótico existente será eficaz ao tratamento. Todavia, a população não tem esclarecimento algum dos efeitos dessa prática. Por sorte, no Brasil, desde 2010, há uma lei que impede a venda do fármaco sem receituário médico. Mas não há garantias que haja uma fiscalização efetiva.       À indústria farmacêutica, atribuindo as honrarias do termo "indústria", não são interessantes investimentos em medicamentos que logo serão descartados, dada a rapidez com que uma bactéria fica resistente. Desde a década de 80 que não há um novo antibiótico.  No  agronegócio, esses medicamentos são muito usados para "engordar" o gado e, ainda, como há relatos de péssimas condições de higiene, são recorrentes casos de infecções por bactérias. Contudo, ao ingerirmos a carne, acabamos por ingerir a substância.       Em suma, reconhecidas as proporções, é necessário o engajamento de todas as nações com o propósito de melhor instruir as suas populações - por meio de educação comunitária -, oferecer incentivos fiscais à empresas de pesquisa, contrastar o custo-benefício de medidas preventivas - já que o controle em um período "pós-antibiótico" ficaria na caso dos trilhões de dólares- e fiscalizações na agropecuária acompanhadas de sanções.