Enviada em: 03/10/2018

Redes sociais: superexposição e seus riscos       A célebre obra naturalista “O cortiço” de Álvares Azevedo demonstra a interferência do meio nas atitudes dos personagens. Nesse contexto, a internet é, analogamente, determinista: ela influencia muitos indivíduos a exporem exageradamente suas vidas nas redes sociais, algo que pode ser prejudicial. Deve-se, portanto, inferir acerca das possíveis consequências da superexposição no ciberespaço, como ser vítima de ‘’cyberbullying’’ e crimes de vingança de rede, fatos que necessitam serem combatidos e atenuados.       É fundamental pontuar, de início, a questão da necessidade que muitos usuários de perfis onlines sentem em expor as suas vidas, compartilhando na ‘’web’’, fotos e vídeos cujo conteúdo revela suas intimidades. Nesse sentido, o mesmo meio social determinista utiliza-se, muitas vezes, das informações explanadas como ferramenta de entretenimento e piada, expondo a vítima ao constrangimento e propagando assim, a prática do ‘’cyberbullying’’. Desse modo, observa-se, como corolário desses atos, casos recorrentes de bullying virtual, como considera a pesquisa publicada pelo site Estadão, a qual defende que um e cada quatro adolescentes já sofreu ofensas na internet.        Aliado a isso, outro aspecto relevante acerca do tema da superexposição é o exponencial aumento nos casos de crimes cibernéticos relacionados ao pornô de vingança e à vingança de rede. Dentro desse cenário, são corriqueiras as notícias de casos relacionados com esses tipos de casos, que podem gerar prejuízos irreparáveis, como depressão e suicídio, como o caso da adolescente Karina Saifer de 17 anos, que se suicidou após receber ameaças de que teria suas fotos intimas divulgadas na internet. Nesse contexto, torna-se imprescindível possuir cautela antes de compartilhar informações pessoais e intimas com outros usuários.        A solução para problemática da superexposição, portanto, poderá ser estabelecida com o apoio da dupla governo federal e família. Cabe ao Ministério da Educação inserir nas escolas métodos que visem trabalhar a importância de cuidar o que é compartilhado em redes sociais e conscientizar os alunos a não expor exacerbadamente sua intimidade a terceiros, por meio de temáticas mensais, nas quais ocorram palestras com intelectuais, exibição de filmes e discussões em grupo acerca dos perigos da superexposição em redes sociais, a fim de atenuar as práticas do ‘’cyberbullying’’ e a propagação da vingança de rede. Outrossim, cabe à família à tarefa de orientar seus filhos a não disseminar em redes sociais a sua vida pessoal e ensinar o respeito ao próximo.