Enviada em: 09/03/2019

Brás Cubas, defunto autor de Machado de Assis, diz em suas "Memórias Póstumas" que não teve filhos e não transmitiu a ninguém o legado de nossa miséria. Talvez hoje ele percebesse acertada sua decisão: a postura de muitos brasileiros frente a auto exposição nas redes sociais, uma das faces mais perversas em uma sociedade em desenvolvimento. Com isso, surge a problemática dos riscos em relação à privacidade e segurança, pois tornam-se vulneráveis e suscetíveis tanto psicologicamente quanto fisicamente.       É indubitável que a questão de aceitação social esteja entre as causas desse problema. De acordo com Durkheim, o fato social é a maneira coletiva de agir e pensar dotado de exterioridade, coercitividade e generalidade. Seguindo essa linha de pensamento, observa-se que a alta exposição pessoas pode ser encaixada na teoria do sociólogo, pois o indivíduo tem a necessidade de ser aceito e reconhecido pelos outros, preferindo uma felicidade falsa e uma ilusão de ser amado, admirado, valorizado e querido pelas pessoas. Ademais, tais comportamentos são impulsionados pela baixa auto-estima e a crença de que no mundo virtual tudo é perfeito.       Outrossim, vale ressaltar que no momento em que um indivíduo posta onde se encontra, o que esta fazendo, imagens e gostos pessoas, este passa a ficar vulnerável aos hackers e pessoas má intencionadas que utilizam dessas informações descontroladas para realizar crimes que ferem a dignidade e os direitos humanos, que poderiam ser evitados.       Portanto, diante dos argumentos supracitados o Ministério da Educação, junto às publicitárias, deve promover campanhas e palestras com o intuito de conscientizar sobre os riscos que as redes sociais podem causar quando são utilizadas sem controle, com o objetivo de instruir principalmente os jovens que são mais suscetíveis e inseridos neste meio, como também palestras com psicólogos para que esses adolescentes se aceitem, não precisando da aceitação ou opinião do próximo.