Enviada em: 10/08/2017

A democratização do acesso a internet trouxe transformações na maneira como as pessoas se comunicam e se relacionam. Por ser tratar de um ambiente novo, até recentemente sem regras e limites estabelecidos, a internet tornou-se um lugar de exposição excessiva e consequentemente de riscos. Ora, é preciso ter cautela e bom senso naquilo que é publicado nas redes sociais, uma vez que depois que se clica "enviar", a informação veiculada dificilmente poderá ser apagada.         Em primeira análise, a auto exposição exagerada resulta na perda da privacidade. Os usuários publicam sua rotina, desabafos, frustações transformando o ambiente virtual, que é público, em seus diários pessoais. Essa prática torna-se perigosa na medida que terceiros podem usar dessas informações para cometer crimes como assaltos e sequestros. Além disso, empresas analisam o perfil virtual de candidatos a vagas de emprego e conteúdos impróprios na rede podem tirar a vaga de um internauta.          Em segunda análise, há o risco da exposição praticada por terceiros. A divulgação de fotos íntimas é um exemplo de como crimes virtuais podem devastar a vida de uma pessoa, sendo as mulheres as maiores vítimas. Nesse sentido, exemplos de vítimas que recorrem ao suicídio, por não suportarem o sofrimento de ter a intimidade exposta são cada vez mais frequentes.         Ademais, engana-se quem acredita que a internet é "terra sem lei". A veiculação de conteúdo ofensivo ou preconceituoso pode trazer consequências legais aos internautas. Como no caso de jovens que proferiram ofensas racistas à jornalista Maju Coutinho e estão respondendo criminalmente pelo ato.         O ambiente virtual é uma das grandes conquistas do mundo tecnológico, no entanto, é preciso que os usuários tenham responsabilidade com o conteúdo publicado. Nessa perspectiva, o Estado poderia contribuir para esse uso consciente, realizando campanhas de conscientização na mídia e nas escolas através de cartilhas que orientariam o uso de forma prudente da internet. Urge-se também a criação de mais delegacias de crimes virtuais, agilizando o processo de investigação desses delitos, além do enrijecimento das leis que punem crimes na internet.