Enviada em: 18/05/2017

A tecnologia e o acesso a democracia.         Na década de 50 o presidente Juscelino Kubitschek foi o responsável por uma das maiores mudanças geográficas no Brasil, a capital deixou o Rio de Janeiro e se instalou em uma nova cidade preparada para ser o pólo politico. No planalto central, extremo interior distante das cidades mais populosas onde fervem as ideias e movimentos sociais, foi construída Brasília com a justificativa de proteger o país de possíveis invasões.Propositalmente ou não, a consequência que atingiu a população foi o distanciamento dos representantes , uma vez que supostas invasões nunca foram concretizadas            Ao nascer do século XXI, a humanidade começa a experimentar uma nova forma de vida através do uso doméstico da internet e o espaço físico outrora tão representativo para as organizações sociais torna-se cada vez menos importante, uma vez que as ideias e informações não necessitam da presença em pessoa de seus representantes para se proliferarem, no âmbito político é possível afirmar que Brasília não está mais distante, a política está dentro da casa dos brasileiros, nas fila dos bancos, na espera dos consultórios, e o filtro de acesso é cada vez menor uma vez que as informações estão instantaneamente disponíveis, traz a baila assuntos que não eram comuns e a cada dia quebra a égide da aversão política na qual o povo brasileiro foi adquirindo com o passar dos anos.       A possibilidade de ver os representantes como figuras humanizadas, reconhecer nomes e rostos em contextos alheios ao período eleitoral, o acesso as propostas e intervenções diretas na forma de governar potencializam o exercício democrático e a qualidade do povo como cidadãos. Os prejuízos e benefícios estão ligados de maneira íntima nessa fase de amadurecimento digital, é necessário ter bom senso e auto critica tanto para expor uma opinião, quanto para acreditar no que foi dito. Buscar fontes seguras, investigar as afirmações, exigir transparência e idoneidade está cada vez mais na responsabilidade do receptor das mensagens,e de forma empírica a sociedade brasileira vai criando os limites e regras desse território invisível que a cada dia ocupa mais espaço nas formas de agir, pensar, e fazer política.