O conceito de democracia na Grécia Antiga relacionava-se com a participação política do cidadão dentro da pólis, o que excluía grande parcela da sociedade como as mulheres, os escravos e os estrangeiros. Na contemporaneidade, o governo popular foi favorecido e difundido pelos avanços técnicos-informacionais, porém a exclusão digital, a qualidade das informações veiculadas e a publicação de assuntos confidenciais são alguns pontos negativos da ciberdemocracia. Países subdesenvolvidos como o Brasil apresentam normalmente grandes desigualdades sociais, sendo potencializadas pela inacessibilidade à informação digital. É inegável que a internet é considerada um grande avanço dos meios de comunicação, uma vez que proporciona interações sociais e diversos conhecimentos de maneira acelerada. Entretanto, o acesso a essa tecnologia ainda é uma realidade restrita, aumentando o abismo social existente na sociedade, em que algumas pessoas ficam excluídas das decisões, debates, pesquisas, entre outros aspectos referentes à prática cidadã. Outro ponto que apresenta impacto na questão da ciberdemocracia está vinculado à qualidade duvidosa das informações disseminadas por sites e redes sociais. Entre as causas desse problema está o bombardeamento de notícias presentes diariamente nesses veículos, que são divulgados à todo momento e nem sempre evidenciando conteúdos confiáveis. Como resultado disso, a população acaba se inteirando erroneamente e formando opiniões sem propriedade. A questão da espionagem relacionada ao governo, também é um fator que apesar de não ser algo novo, esbarra em princípios sigilosos que quando não respeitados acabam sendo divulgados para o mundo. A descoberta de que os Estados Unidos estava espreitando via computadores e telefones questões particulares de países, incluindo o Brasil, ilustra esse cenário. Dessa forma, a tecnologia acaba sendo facilitadora e aliada no que diz respeito a quebra de confidencialidade. O impacto da tecnologia no processo democrático, portanto, possui pontos positivos na transmissão de informações, mas também expõe problemas que devem ser solucionados. A ampliação do acesso digital poderia ser implementado a partir de uma parceria entre o Governo Federal e as Organizações Não Governamentais (ONG'S), por meio de maior investimento em computadores e internet em regiões carentes do Brasil que não possuem esse suporte. Além disso, é necessário que as escolas e as universidades instruam os estudantes acerca da importância de se investigar a origem das informações divulgadas na rede, criando maiores debates e palestras ministrados por especialistas em tecnologia da informação. A legislação brasileira deve criar um novo código de boas práticas virtuais e punir crimes cibernéticos, para que a tecnologia seja somente benéfica a todos.